A verdadeira questão não é a coragem: a verdadeira questão é que o conhecido está morto e o desconhecido está vivo. Apegar-se ao conhecido é apegar-se a um cadáver. Não é preciso coragem para se livrar desse apego; na verdade, é preciso coragem para continuar apegado a um cadáver. Basta ver... Aquilo que é familiar para você, que você viveu - para que serviu? Onde é que levou você? Você ainda não está vazio? Não existe ainda um imenso descontentamento, uma frustração, uma falta de sentido profundo? De alguma forma, você continua dando um jeito, escondendo a verdade e inventando mentiras para permanecer entretido, ocupado.
A questão é esta: ver com clareza que tudo o que você sabe pertence ao passado, já passou. Faz parte de um cemitério. Você quer ficar numa tumba ou quer permanecer vivo? E essa questão não é só de hoje; será a questão de amanhã e de depois de amanhã. E será essa também a questão quando você der seu último suspiro.
O que quer que você saiba, que tenha acumulado - informações, conhecimento, experiência - , no momento em que explorou todas essas coisas, já liquidou com elas. Agora, carregar essas palavras vazias, esse peso morto, é aniquilar sua vida, oprimi-la, impedir que você se torne um ser vivo, exultante - que espera por você a cada minuto.
O homem de entendimento morre a todo instante para o passado e renasce para o futuro. Seu presente é sempre para a transformação, um renascimento, uma ressurreição. Não se trata em hipótese alguma de coragem, isso é a primeira coisa que tem de ser entendida. É uma questão de clareza, de ter uma idéia clara do que é cada coisa.
E, em segundo lugar, sempre que se tratar de fato de uma questão de coragem, saiba que ninguém pode dá-la a você. Não é o tipo de coisa que se possa dar de presente. É algo com que você nasce, mas que não deixou que se firmasse.
OSHO.
Coragem: O prazer de viver perigosamente.
11 Ed. Cultrix: São Paulo,1999. págs 40 e 41.
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