quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

OSHO TimesThe Other MyselfO DESAMPARO DO AMOR

Quando você ama alguém você se sente totalmente desamparado. Essa é a agonia do amor: a pessoa não pode saber ou sentir o que pode fazer. Você quer fazer tudo, você quer dar todo o universo para o(a) amante ou para o(a) amado(a), mas o que você pode fazer? Se você acha que pode fazer isso ou aquilo você ainda não está num relacionamento amoroso. O amor é muito impotente, absoluta,mente indefeso, e esse desamparo é a beleza dele porque nesse desamparo é que você se rendeu.

Ame alguém e você se sentirá incapacitado; odeie alguém e você pode fazer alguma coisa. Ame alguém e você fica absolutamente impotente porque o que você pode fazer? O que quer que você faça parece insignificante e sem sentido; nunca é suficiente. Nada pode ser feito, e quando a pessoa sente que nada pode ser feito, a pessoa sente que é incapaz. Quando a gente quer fazer tudo e sente que nada pode ser feito, a mente pára. Nesse desamparo a rendição acontece. Você fica vazio. Eis porque o amor se torna uma profunda meditação.

O momento da morte de alguém que você amava profundamente traz sua própria morte em sua mente. O momento da morte é uma grande revelação. Isso faz você sentir-se impotente e desamparado. Faz você sentir-se que você não é. A ilusão de ser desaparece.

Qualquer um será sacudido porque de repente você vê que o chão debaixo de seus pés desapareceu. Você não pode fazer coisa alguma. Alguém que você ama está morrendo: você gostaria de até mesmo de dar sua vida, mas isso não é possível. Nada pode ser feito; a pessoa simplesmente espera em profunda impotência.

Esse momento pode lhe fazer deprimido. Esse momento pode lhe tornar triste ou esse momento pode lhe conduzir numa grande jornada para a verdade... uma grande jornada para a busca. O que é essa vida? Se a morte chega e a leva, o que essa vida é? Que significado ela tem se somos tão impotentes contra a morte? E lembrem-se, todos estão no leito de morte dele ou dela. Após o nascimento todo mundo está no seu leito de morte. Não existe outra maneira. Todas os leitos são leitos de morte porque após o nascimento só uma coisa é certa: a morte.

Alguém morre hoje, alguém amanhã e alguém depois de amanhã: qual é basicamente a diferença? Tempo não pode fazer muita diferença. O tempo só pode criar uma ilusão de vida, mas a vida que acaba na morte não é e não pode ser a verdadeira vida. Ela deve ser um sonho.

A vida só é autêntica quando é eterna. Do contrário, qual é a diferença entre um sonho e aquilo que você chama de sua vida? Durante a noite, em profundo sono, um sonho é tão real como qualquer outra coisa é tão real – até mesmo mais real do que aquilo que você vê com os olhos abertos. Pela manhã o sonho se foi, nem mesmo um rastro sobrou. Pela manhã quando você está acordado você vê que foi um sonho e não uma realidade. Esse sonho de vida continua por alguns anos; então subitamente a pessoa desperta e o todo da vida prova ser um sonho.

A morte é uma grande revelação. Se não houvesse morte não haveria nenhuma religião. É por causa da morte que a religião existe. É por causa da morte que um Buda nasceu. Todos os Budas nascem devido à realização da morte.

Quando você estiver sentado ao lado de uma pessoa em seu leito de morte lamente por você mesmo. Você está no mesmo barco, no mesmo apuro. A morte baterá na sua porta qualquer dia. Esteja pronto. Antes que a morte bata, volte para casa. Você não deve ser apanhado no meio; senão toda essa vida desaparece como um sonho e você fica numa tremenda pobreza, uma pobreza interior.

A vida, a vida real, nunca morre. Então quem morre? Você morre. O “Eu” morre, o ego morre. O ego é parte da morte; a vida não é. Assim se você puder ser sem ego, então não existe morte para você. Se você puder abandonar o ego conscientemente, você conquistou a morte. Se você estiver realmente consciente que pode abandoná-lo com um simples passo. Se você não estiver tão consciente você terá que abandoná-lo gradualmente. Isso depende de você. Mas uma coisa é certa: o ego tem que ser abandonado. Com o desaparecimento do ego, a morte desaparece. Com o abandono do ego, a morte também é abandonada.

Não lamente pela pessoa que está morrendo, lamente por você mesmo. Deixe que a morte lhe cerque. Sinta o gosto dela. Sinta-se desamparado, impotente. Quem está se sentindo desamparado e quem está se sentindo impotente? O ego – porque você percebe que não pode fazer coisa alguma. Você gostaria de ajudá-la e você não pode. Você gostaria que ela sobrevivesse, mas nada pode ser feito.

Sinta essa impotência tão profundamente quanto possível e desse desamparo, uma certa consciência, uma devoção e uma meditação surgirão. Use a morte da pessoa é uma oportunidade. Use tudo como uma oportunidade.

Fique do lado disso. Sente-se silenciosamente e medite. Deixe que a morte deles seja uma indicação para você para que você não prossiga desperdiçando sua vida. O mesmo vai acontecer com você.
Osho, Extraído de: The Search

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

“A existência tem a sua maneira de trabalhar. A não ser que ela tenha preparado um novo lar para você, ela não vai destruir o planeta. Este planeta pode ser destruído apenas se ele já não valer a pena ser salvo e você pode ter novas casas.

Assim como em uma escala menor... no momento que o seu corpo se torna velho, inútil, um problema constante, esta doença, aquela enfermidade, a existência tem um jeito: ela simplesmente dá a você um novo corpo. E a terceira guerra mundial... se ela vai acontecer de alguma forma, pode ser, basicamente, que este planeta já esteja velho e não mais evolução seja possível aqui.

Não podemos dizer nada sobre a existência. Tudo continua a ser um palpite, mas uma coisa é certa: antes de uma casa ser tomada, outra casa já está esperando por você. Portanto, se este planeta morre - e lembre-se, a cada dia planetas estão morrendo, a cada dia novos planetas estão nascendo. Não só os planetas, mas sóis a cada dia estão morrendo e os novos sóis estão nascendo. É um sistema de renovação contínua. Ele não permite o velho, o podre, os enfermos, os mortos.

Para a vida, há uma vasta existência tão disponível que não há nada para se preocupar. Talvez seja bom, mas nunca se sabe. Eu confio que ele vai ser bom. Nada pode ser ruim. Pode parecer ruim - toda a terra está sendo destruída. Deste lado isso parece que vai ficar mal, mas por outro lado, se você está recebendo um planeta melhor... Talvez você precise agora de um planeta melhor para uma maior evolução.

Talvez este planeta não possa lhe dar energia suficiente para um maior crescimento. Talvez tenha chegado ao seu clímax: o que quer que pudesse ter sido feito foi feito. Você precisa de uma escola melhor. Só então o mundo será destruído, caso contrário ele não será destruído. Se a evolução é ainda possível aqui o mundo vai continuar a ser, mas parece que estamos amarrados. Por milhares de anos, a evolução ficou parada. De vez em quando alguém floresce isto é uma exceção, não uma regra.

Mas bilhões de pessoas só ficam em rotação no mesmo círculo sem evoluir um centímetro. Talvez este universo não tenha mais energia para dar a você uma evolução maior.

Ninguém vem trabalhando nessas direções. Tudo chega a um ponto onde a energia se esgota. Estou espantado sobre os cientistas que trabalham nestes domínios. Eles devem olhar para o fenômeno de se a Terra chegou a um ponto em que ela esteja esgotada e não tem mais possibilidade das pessoas crescerem mais do que elas têm crescido; um ponto final chegou. Então é melhor que as pessoas sejam transportadas para outros lugares onde a evolução pode tornar-se possível e que elas possam chegar a níveis mais elevados do ser.

Nós não sabemos... Nesses milhões de planetas pode haver alguns que o homem tenha chegado à superconsciência, onde a superconsciência tornou-se um fenômeno comum. Ou talvez haja um planeta onde o superconsciente coletivo tornou-se comum. E a possibilidade não pode ser negada que pode haver alguns planetas, ou um planeta, onde a final foi alcançado, onde todo mundo é iluminado.

Portanto, se esta terra desaparecer, as pessoas vão se mudar para planetas diferentes de acordo com o seu crescimento, de acordo com o que for necessário para que cresçam mais. E tudo isso acontece de forma autônoma.”

Osho, The Path of the Mystic
Capítulo n º 20