quarta-feira, 23 de março de 2011

O medo de se Expor - Osho



Porque eu ainda fico tão assustada ao me expor?


    "Deva Gita.

      Agora, de repente, expor a sua face verdadeira lhe dá um arrepio no mais profundo centro do seu ser. Uma tremedeira surge: as pessoas gostarão disso? as pessoas irão aceitá-la, as pessoas continuarão a amá-la e respeitá-la? quem sabe?Porque eles amavam a sua máscara, eles respeitavam o seu caráter, eles glorificavam o seu vestuário. Agora o medo aparece. "Se eu, de repente, ficar nu, eles irão continuar a me amar, a me respeitar, a me valorizar, ou todos eles irão fugir para longe de mim? Eles podem retornar para seus caminhos e eu posso ficar só."

      Ninguém consegue ser como um livro aberto. O medo toma conta: "O que as pessoas pensarão de mim?" Desde a sua infância foi-lhe ensinado a usar máscaras, belas máscaras. Não há necessidade de se ter uma bela face, só uma bela máscara é o bastante, e a máscara é barata. É árduo transformar a sua face, mas pintá-la é muito simples.

      Por trás de todo esse lixo e barulho da mente existe uma dimensão de completo vazio. Sem conhecer a verdade a pessoa é oca é um simples vazio e nada, sem conhecer a verdade. Ela quer esconder essa nudez, esse vazio, essa fealdade. Então ela cobre isso com belas flores e decora essa cobertura. Ela pelo menos finge que é alguma coisa, que é alguém. E isso não é algo pessoal para você. Isso é universal. Esse é o caso de todo mundo.

      Quem não fica? Expor-se cria um grande medo. É natural, porque expor-se significa expor todo o lixo que você carrega em sua mente, o lixo que tem sido amontoado por séculos, por muitas vidas. Expor a si mesma significa expor todas as suas fraquezas, limitações, falhas. Expor-se significa, por fim, expor sua vulnerabilidade. Morte... Expor a si mesma significa expor o seu vazio.

  E essa é uma das leis fundamentais da vida: tudo aquilo que você esconde, se for errado, continuará crescendo. Aquilo que você expõe, se for errado, desaparece, evapora ao sol, e se for correto será nutrido. Exatamente o oposto ocorre quando você esconde alguma coisa correta, ela começa a morrer porque não está sendo nutrida. Ela precisa do vento, da chuva e do sol. Ela precisa de toda a natureza disponível para ela. Ela consegue crescer somente com a verdade, ela se alimenta com a verdade. Pare de lhe dar seu alimento e ela começa a diminuir.

      Mas não perca esta oportunidade. Desta vez, morra conscientemente. Mas você tem que começar neste exato momento a viver conscientemente. Somente então você poderá morrer conscientemente. Mesmo que você consiga viver conscientemente por poucos anos, isso será o suficiente. Mesmo alguns meses ou mesmo alguns dias, se a intensidade for grande, mesmo alguns minutos serão suficientes para viver conscientemente. Então a pessoa se torna capaz de morrer conscientemente. E morrer conscientemente é ressuscitar numa dimensão totalmente diferente, a dimensão do que é divino, transcendental.

      Gita, exponha-se. Isso será um alívio. E eu estou aqui. Não fique preocupada e não tenha medo. Eu estou indo com você. Eu vou lhe fazer companhia até o ponto em que você não precise mais de mim. Eu só deixarei você no desconhecido quando eu sentir que agora você pode caminhar por si mesma. E aí não haverá mais medo.

      O inconsciente é uma criação da civilização. Quanto mais civilizado você for, mais inconsciente você será. Se você for absolutamente civilizado, você será um robô, você será absolutamente inconsciente. Isso é o que está acontecendo. Esta calamidade está acontecendo em todo o mundo. Isso tem que parar. E a única maneira de parar isso é ajudando as pessoas a colocar para fora os seus inconscientes  nas meditações.

      Lembre-se, uma pessoa que tiver qualquer repressão não poderá morrer conscientemente. A repressão cria o inconsciente. Quanto mais reprimido você for, maior o inconsciente que você tem. O que na verdade é o inconsciente? Ele é aquela parte de sua mente que fica de lado, é aquela parte de sua casa onde você nunca vai, o porão. Você vai atirando ali todo tipo de coisas e nunca você vai lá. (...)

      A vida é um longo caminho. Você pode adiar para amanhã e viver de uma maneira sem entusiasmo. Mas a morte é tão total... E se você puder morrer conscientemente... E você só pode morrer conscientemente se você se expuser totalmente, de modo que tudo o que o inconsciente estiver carregando seja colocado para fora, tudo o que o inconsciente estiver reprimindo seja liberado e assim o inconsciente se torna vazio e nada há para esconder. Você pode se expor no momento da morte e morrer conscientemente.

      Aqueles que conheceram a morte sabem que a vida é nada comparada a ela. A vida tem uma extensão, setenta, oitenta anos, ela se espalha por todos esses anos. Daí, ela não conseguir ter a mesma intensidade que a morte pode ter, e que somente a morte consegue ter, porque a morte acontece num momento. Por oitenta anos você vive e num momento você morre. A morte tem intensidade, não extensão mas intensidade. Ela tem profundidade.

      Não perca essa última fase da vida. E a última é a mais importante fase, porque ela lhe trará a morte. E se você conseguir morrer como verdade, você não nascerá novamente. Se você puder morrer com todas as falsidades abandonadas, com todas as falsas identidades desconectadas de você, renunciadas, se você puder morrer completamente nua diante da existência, absolutamente nua diante da verdade como uma criancinha diante de seus pais, a sua morte será a mais bela experiência que você jamais conheceu.

      Existe um provérbio na Índia: 'mesmo no final da tarde, quando o sol está se pondo, se alguém volta para casa, ele não é considerado perdido.' Ele chegou, finalmente ele chegou.

      Agora, o que você tem a perder, Gita? Você nada tem a perder e tem tudo a ganhar. Você foi afortunada por, na última fase de sua vida, ter entrado em contato com este campo de energia. Você foi afortunada pois no final da tarde de sua vida uma porta está aberta e a pessoa que volta para casa, ainda que no final da tarde, não deve ser considerada perdida.

      Quantos milhões de pessoas viveram na Terra? Ninguém nem mesmo sabe seus nomes agora. Na época em que elas viveram elas devem ter se gabado de suas personalidade, caracteres, força, verdade, coragem, religiosidade, santidade, e disso e daquilo. Agora, ninguém nem mesmo sabe os seus nomes. (...)

      Se você viveu por sessenta anos de uma maneira falsa, então chega! Já foi o bastante. Já é hora de abandonar toda essa falsidade. O que as pessoas podem tirar de você agora? Mais cedo ou mais tarde você vai estar morta e todo o respeito, todo o caráter, tudo irá se perder e logo você será esquecida. Algumas poucas pessoas irão se lembrar de você por uns poucos dias, e depois elas irão morrer. Então, até mesmo a sua memória vai desaparecer da Terra. (...)

      A mente lhe dará todas essas razões astutas, essas racionalizações.

      Depois de sessenta anos de vida, a ideia simplesmente surge em sua mente: 'você já aguentou tanto tempo, por que você não pode aguentar alguns dias mais? Por que criar perturbações? Por que criar agitações desnecessariamente?' As coisas estão acomodadas, todo mundo respeita você, as crianças, o marido, toda a sociedade respeita você. Tem sido uma luta árdua, uma luta com o mundo externo e com o mundo interno. De alguma maneira você reprimiu tudo aquilo que era selvagem dentro de você. Você reprimiu  sexo, raiva, ambição, inveja; você reprimiu tudo o que a sociedade condena. Você, de alguma maneira, desenvolveu um belo caráter. Agora, na última fase de sua vida, por que expor isso? Com que objetivo? O que você vai ganhar com isso?

      É melhor ficar quieto, diz a mente. É melhor não trazer todos os velhos fantasmas, não liberá-los. É melhor deixá-los sentados lá. Por sessenta anos você tem sido capaz de  manter uma certa conduta, uma certa graciosidade, uma certa personalidade - polida, civilizada, respeitável - agora, de repente, expor-se sem qualquer razão? Você ficou maluca? A mente lhe dirá: 'você já aguentou tanto tempo, você pode aguentar um pouco mais.' (....)

      Você pode ter sido bem sucedida ao contar muitas mentiras e espalhando tais mentiras como verdades. Você pode ter sido bem sucedida e, para os outros, aquelas mentiras são quase verdades agora, e mesmo para você. Agora, voltando lá atrás e olhando de novo, é muito natural ficar com medo e não querer olhar para trás e não voltar àqueles pesadelos. (...)

      Você pode não ter sido fiel ao seu marido uma vez ou outra, mas você foi capaz de manter uma certa face de sinceridade e de fidelidade. Agora, expor-se desnecessariamente vai lhe criar medo. Você pode não ter sido fiel, mas qual é a razão de expor isso agora? Ou você tem sido leal em ações mas não em pensamentos. Mas, qual é a razão de expor isso? A mente lhe dirá: 'Não há qualquer necessidade! Já existem tantos problemas, porque criar mais um?'

      Todo o meu trabalho é para, de alguma maneira, persuadir você, seduzir você, desse jeito ou daquele, para que abandone a velha identidade. Muitos medos virão. Muitas coisas você fez no passado e foi capaz de esconder com sucesso. Agora, sem qualquer propósito, de novo abrindo os capítulos fechados, os espaços fechadas e liberando os fantasmas do passado...

      Se você colocar em risco o falso, a verdade poderá ser sua. E ela vale isso, porque você coloca em risco apenas o falso e ganha a verdade. Você nada arrisca e ganha tudo.

      Você nunca alcançará uma outra identidade. A sua velha identidade terá ido embora e, pela primeira vez, você começará a sentir-se como uma onda no oceano de Deus. Isso não será uma identidade porque você não estará ali. Você terá desaparecido. Deus terá se apoderado de você.

      Exponha pouco a pouco, não há qualquer necessidade de você dar saltos que você não possa administrar. Vá passo a passo, gradualmente. Mas logo você irá descobrir o sabor da verdade e você ficará surpresa de que todos esses sessenta anos foram puro desperdício. Sua velha identidade será perdida e você terá uma concepção totalmente nova.

Não será, na verdade, uma identidade mas uma nova visão, uma nova maneira de ver as coisas, uma nova perspectiva. Você não será capaz de dizer "Eu" novamente, com alguma coisa por trás. Você usará essa palavra porque ela é útil, mas você estará sabendo todo o tempo que a palavra não carrega qualquer significado, qualquer substância, definitivamente qualquer substância existencial. Por trás desse "Eu" está escondido um oceano infinito, vasto e divino.

      O medo é natural. Não o condene e não sinta que ele é algo errado. Ele é apenas parte de toda essa educação social. Nós temos que aceitá-lo e ir além dele. Sem condená-lo, nós temos que ir além dele.

      Por cinqüenta, sessenta anos, você tem sido um certo tipo de pessoa. Agora a Gita deve estar atingindo os sessenta. Por sessenta anos você tem sido um certo tipo de pessoa. Agora, nesta última fase de sua vida, abandonar aquela identidade e começar a aprender a respeito de si mesma desde o ABC é assustador.

 A cada dia a morte está se aproximando mais. Será esse o tempo para aprender uma nova lição? Quem sabe se você será capaz de completá-la ou não? Quem sabe? Você pode perder a sua velha identidade e pode não ter tempo suficiente, energia suficiente, coragem suficiente para alcançar uma nova identidade. E, nesse caso, você iria morrer sem uma identidade? Isso será uma espécie de loucura, viver sem uma identidade.

O coração desmonta e se encolhe. A pessoa pensa: "Agora, tudo bem levar isto adiante por mais alguns dias. É melhor viver com o velho, o que é familiar, o seguro e conveniente." Você se torna competente para lidar com isso. E isso foi um grande investimento: você colocou sessenta anos de sua vida nisso. De alguma maneira você administra isso, de alguma maneira, você criou uma ideia de quem você é, e agora eu digo a você para abandonar tal ideia porque você não é isso. Nenhuma ideia é necessária para conhecer-se. Na verdade, todas as idéias têm que ser abandonadas, somente então você poderá saber quem você é.

      Mas o medo é natural porque desde o início da infância, lhe foram ensinadas falsidades e você se tornou tão identificada com o falso que abandoná-lo quase parece cometer suicídio. E o medo surge porque uma grande crise de identidade aparece.

      Uma vez que você esteja pronta, corajosa e desafiadora; uma vez que você tenha experimentado a liberdade da verdade, a liberdade de expor a sua realidade, você poderá seguir por si mesma. Você conseguirá ser uma luz para si mesma.

      Somente no começo, Gita, haverá medo. Por isso a necessidade de um Mestre, para que no começo ele possa segurar suas mãos, para que no começo ele possa lhe dar suporte, para que ele possa levar-lhe a dar alguns passos com ele. O Mestre não é um psicanalista. Ele é muito mais. O psicanalista é um profissional e o Mestre não é um profissional. Não é sua profissão ajudar as pessoas, é a sua vocação, é o seu amor, é a sua compaixão. E por causa dessa compaixão ele a conduz apenas o tanto que você precisa dele. No momento em que ele sente que você pode ir por si mesma, ele começa a soltar as suas mãos. Embora você  quisesse continuar agarrada, ele não pode permitir isso.

      A personalidade é falsa e a individualidade é substancial. A personalidade é simplesmente uma fachada e a individualidade é a sua verdade. A personalidade lhe é imposta de fora, é uma persona, uma máscara. A individualidade é a sua realidade, ela é como Deus a fez. A personalidade é uma sofisticação social, um polimento social. A individualidade é crua, selvagem, forte e com tremendo poder.

      Se você continuar se expondo.... No começo vai ser ser realmente muito assustador, mas logo você começará a ganhar força porque uma vez que a verdade é exposta, ela se torna mais forte e a não verdade morre. E com a verdade tornando-se mais forte, você se tornará mais enraizado e centrado. Você começa a se tornar um indivíduo. A personalidade desaparece e o indivíduo aparece.

      Se você conseguir expor-se religiosamente, não na privacidade, não com seu psicanalista, mas simplesmente em todos os seus relacionamentos, isso é o que significa o sannyas. Isso é auto-psicanálise. Isso é vinte quatro horas de psicanálise, todos os dias. Isso é psicanálise em todo tipo de situação: com a esposa, com o amigo, com os parentes, com o inimigo, com o estranho, com o chefe, com o seu funcionário. Por vinte e quatro horas você está se relacionando.

      E as pessoas estão acabando com aquilo que é real nelas e reforçando aquilo que não é real. A sua face não verdadeira se alimenta com mentiras, por isso você tem que continuar inventando mais e mais mentiras. Para dar sustentação a uma mentira você terá que mentir cem vezes mais, porque uma mentira só pode ser sustentada por mentiras ainda maiores.

Assim, quando você se esconde atrás de fachadas, o real começa a morrer e o não real prospera, torna-se mais robusto. Se você se expuser, o não verdadeiro irá morrer, ele estará pronto para morrer, porque o não verdadeiro não consegue permanecer no aberto. Ele consegue permanecer apenas em sigilo, na escuridão, nos túneis da sua inconsciência. Se você o trouxer à consciência, ele começará a se evaporar.  (......)"

OSHO - The Guest

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Meditação é Transformação - Osho

Se você sentir muita resistência contra a meditação, isso simplesmente mostra que bem lá no fundo você está alerta para o fato de que algo irá acontecer e mudar toda a sua vida. Você tem medo de renascer. Investiu muito em seus velhos hábitos, na antiga personalidade e na velha identidade.

Meditação é apenas limpar o seu ser, tentar tornar-se jovem e saudável, tentar tornar-se mais vivo e mais alerta. Se você tem medo da meditação, isso significa que você tem medo da vida, que você tem medo da consciência alerta; e a resistência vem, porque você sabe que, se você se mover para dentro da meditação, algo fatalmente acontecerá.

Se você absolutamente não estiver criando resistência, isso pode ser porque você não leva a meditação muito a sério, você não toma a meditação muito sinceramente. Então, você pode brincar — o que há a temer?

Osho, em "O que é Meditação?"


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terça-feira, 22 de março de 2011

Transmutando Transformando - Osho

O mundo todo está nas garras de uma insanidade longamente adiada. Estivemos adiando e adiando e, agora, o último grau, o grau de evaporação, chegou.

Há agora somente duas possibilidades: uma é que a humanidade venha a cometer um suicídio coletivo, porque esta insanidade não mais pode ser acumulada. As religiões contribuíram, os moralistas contribuíram, os professores contribuíram, os assim chamados grandes homens contribuíram para tornar o homem cada vez mais e mais insano. E agora chegou o ponto final, onde podemos cometer um suicídio coletivo através das bombas atômicas ou das bombas de hidrogênio ou de qualquer outra coisa.

O homem como é não pode ser tolerado sobre a terra agora. Tornou-se intolerável. E junto com ele, ele está matando toda a terra. Não apenas ele é um suicida; ele se tornou assassino. Ele está matando tudo. O homem está matando tudo sobre a terra. Não há nada vivo que ele goste agora: somente coisas mortas o atraem. E quanto mais mortas, melhor, porque, então, pode-se possuí-las, manipulá-las.

Assim, ele está matando a natureza e tudo sobre a terra. Ele não pode ser tolerado, e sua própria insanidade interior está levando-o ao ponto de evaporação. Devido a isso, a hora está chegando cada vez mais e mais perto. E no mundo todo, aqueles que pensam e aqueles que sentem e aqueles que sabem, estão em busca de métodos, arquitetando métodos, para ajudar a humanidade a transcender a loucura. Esse é o único modo.

Ou o homem cometerá suicídio, ou o homem dará um salto para reinos mais elevados do ser. Se essa transformação não vier, então, nada pode ser feito: o homem cometerá suicídio. Eis por que por todo o mundo as energias espirituais estão se juntando, as forças espirituais estão se reunindo, muitos grupos esotéricos estão trabalhando. E às vezes pode não ser tão óbvio, mas lá no fundo, no próprio centro da mente humana... As línguas diferem, os caminhos diferem, as abordagens diferem, mas em todo lugar há um tatear em busca de algo que possa tornar-se uma alquimia para mudar a humanidade.

Osho, Meditation, The Art of Ecstasy.

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terça-feira, 15 de março de 2011

A vida não acontece para pessoas mornas - Osho

Por que tantas pessoas parecem tão obtusas, tão entediadas, simplesmente levando a vida de qualquer jeito? Desperdiçando um tempo imensamente valioso que nunca serão capazes de recuperar - e desperdiçando com tal tédio, como se estivessem esperando a morte.
O que aconteceu com essas tantas pessoas? Por que elas não têm o mesmo frescor que as árvores? Por que o ser humano não tem a mesma canção que os pássaros? O que aconteceu com os seres humanos?

Aconteceu uma coisa: o ser humano imita os outros, tenta ser como outra pessoa. Ninguém está em casa; todos estão batendo à porta de uma outra pessoa; daí o descontentamento, o tédio, o embotamento, a angústia.

Uma pessoa inteligente tentará ser apenas ela mesma, seja qual for o custo. Ela nunca copiará, nunca imitará, nunca será como um papagaio; ela escutará sua própria chamada intrínseca, sentirá seu próprio ser e caminhará de acordo com ele, seja qual for o risco.

Há risco! Quando você copia os outros, há menos riscos. Quando você não copia ninguém, você está sozinho - há risco! Mas a vida acontece somente para aqueles que vivem perigosamente, para aqueles que são aventureiros, corajosos, atrevidos - a vida acontece somente a eles. A vida não acontece para pessoas mornas.

Osho, em "Inteligência - A Resposta Criativa ao Agora"

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domingo, 13 de março de 2011

Fotos do Osho in Sampa no Carnaval

Posted by Picasa

Vunerável e Forte - Osho

Há pessoas que se sentem fortes somente quando não estão vulneráveis, mas essa força é apenas uma fachada, uma camuflagem. E há pessoas que são vulneráveis, mas se sentem fortes.

Aqueles que se sentem fracos quando estão vulneráveis, não podem se sentir vulneráveis por muito tempo: mais cedo ou mais tarde essa fraqueza os deixará com tanto medo que eles se fecharão.

Assim, a abordagem correta é se sentir vulnerável e forte. Então, você poderá permanecer vulnerável, a cada dia sua força crescerá e você ficará corajoso o bastante para se tornar cada vez mais vulnerável.

A pessoa realmente valente está absolutamente aberta — esse é o critério da coragem. Somente o covarde está fechado, e a pessoa forte é tão forte como uma rocha e tão vulnerável como uma rosa. É um paradoxo, e tudo o que é real é paradoxal.

Lembre-se sempre: quando você sente algo paradoxal, não tente torná-lo consistente, porque essa consistência será falsa.

A realidade é sempre paradoxal: por um lado, você se sente vulnerável; por outro, se sente forte — isso significa que um momento da verdade chegou. Por um lado, você sente que nada sabe; por outro, sente que sabe tudo — um momento da verdade chegou.

Por um lado, você sempre sente um aspecto e por outro, o aspecto exatamente oposto. E quando você tem ambos os aspectos juntos, lembre-se sempre de que algo verdadeiro está muito próximo.

Osho, em "Osho Todos os Dias — 365 Meditações Diárias"

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sábado, 12 de março de 2011

O que é Tantra?

A palavra TANTRA vem do sânscrito, idioma antiqüíssimo que foi o berço das escrituras. É composta da fusão de duas palavras TANOTI e TRAYATI, a primeira significa "expandir" e a outra "liberar". Implicando em expandir e liberar a consciência, o espírito e a energia potencial física, mental, emocional e espiritual do ser humano. O TANTRA enfoca o ser humano e sua evolução, o aprimoramento da qualidade de vida e a expressão progressiva e sistemática de todos os aspectos do indivíduo.

Sua origem geográfica é totalmente desconhecida, o TANTRA já formou as bases de inúmeras civilizações no passado e foram as que nos deixaram vestígios mais marcantes em termos de aprimoramentos do ser humano. O vasto compêndio dos conhecimentos tântricos abriga ensinamentos, técnicas, métodos, práticas, eventos, rituais, mitologia, símbolos, códigos, textos, artes, etc.

A yoga que se conhece hoje é uma pequena parte deste conteúdo, em contraste com as yogas do passado que eram védicas e não tântricas. Na verdade quem pratica yoga, pratica TANTRA. Portanto não existe TANTRA YOGA, existe TANTRA! Conhecimentos tântricos afloraram de forma sistemática de nove mil anos para cá em diversas partes do mundo e, quando são autênticos, possuem um elo em comum e uma continuidade de uma cultura para outra por se tratar de algo que lida com princípios universais da humanidade, tais como saúde sexual, autoconhecimento, paz interior, sabedoria, meditação e amor.

Há vestígios do TANTRA nas culturas pré-colombianas, egípcias, europeia, africanas, australianas, atlântida e principalmente asiática. Os vestígios do conhecimento tântrico em todas as culturas são muito fragmentados e apenas em alguns poucos locais do mundo, como em alguns lugares da Ásia, em destaque a Índia, podemos encontrar o TANTRA de uma maneira mais linear, útil e prático.TANTRA, ou KULAMARGA, como também é chamado (caminho da família), na prática se define por tudo aquilo que possui a figura humana como base de atividade.

A construção, manutenção e transformação do universo inteiro e todas as suas dimensões a partir do elemento humano é TANTRA! Só há um ser que transforma a natureza destrutiva do homem na natureza construtiva e que agrega, este é o praticante do TANTRA ou de KULA e começa por fazê-lo em si mesmo. Inúmeras religiões tradicionais abrigam técnicas do TANTRA para seus propósitos espirituais, tais como no hinduísmo (que não é uma religião, mas uma porção variada), no budismo, no jainismo e em outras.

O fator que vem tendo destaque na busca e popularização do TANTRA no mundo ocidental moderno e com assombrosa velocidade é o fato que no TANTRA encontramos o conhecimento e meios para se evoluir de maneira física, mental, emocional e espiritual fazendo uso do sexo, este desconhecido do ser humano moderno. Sabe-se mal como efetuar a procriação, obter-se prazer genital com o sexo, mas para se obter o orgasmo pleno - via não-ejaculação (para os homens), evoluir, curar, crescer, unir corpo ao corpo, mente à mente e espírito ao espírito (ou expressar sua unidade - unyo mystica), é uma novidade sofisticada e uma iguaria rara para os ocidentais modernos.

O TANTRA possui técnicas de educação e ensinamentos sexuais que não se encontram em nenhuma outra fonte e as que possuem isto derivaram seus conhecimentos do milenar veio tântrico ou KULIKA. A energia sexual, sua transformação em força mística e espiritual e o uso para a construção, reconstrução, manutenção e transformação do universo manifesto é possível com o devido conhecimento do TANTRA.

O uso prático e sofisticado da energia sexual, energia esta que é responsável pelo advento da vida é também a mãe do autoconhecimento mais profundo.Podemos unir os pares opostos no corpo, com o corpo, com o nosso único corpo físico ou com outro, na união física. Quando o fazemos de forma solitária temos um conjunto de técnicas e quando a união de Shakti com Shiva é a dois, temos outro conjunto de práticas.

No TANTRA, as escrituras, iniciações, práticas e conceitos de união Shakti com Shiva é feita de forma solitária e se denominam DAKSHINA TANTRA e quando em comunhão física VAMA TANTRA. O famoso HATHA YOGA significa HA (o SOL, energia física) e THA (a LUA, energia mental) em união, ou seja HATHA (energia espiritual), juntos são um método do sistema de DAKSHINA TANTRA, este é só um exemplo.

Para a prática de VAMA TANTRA um corpo yogui é indispensável e disciplinas de HATHA YOGA são aplicadas para tal. De alguma forma, o que vem a ser uma pequena parte de um ou outro método de VAMA TANTRA ou VAMA MARGA se popularizou vulgarmente como TANTRA, no ocidente. As sessenta e quatro posturas yoguis de união Shiva Shakti não são as únicas disciplinas no TANTRA e muito menos são a sua finalidade, apenas um meio para um fim. O complemento dos pares opostos ocorre silenciosamente em nós mesmos e em comunhão com o todo em um grau crescente de harmonia e complementação em tudo nas nossas vidas.

Exercícios e técnicas são milhares no TANTRA e na YOGA, mas a finalidade é uma só! VAMA quer dizer esquerda - Yin, e DAKSHINA é direita - Yang. VAMA MARGA ou DAKSHINA MARGA, MARGA significa caminho. Em PURNA YOGA e no TANTRA os vários sistemas e métodos são estruturados em dois grupos principais denominados: BAHIRANGA YOGA e ANTARANGA YOGA. São como Shiva e Shakti, BAHIRANGA é “externo”, são as técnicas com o corpo. ANTARANGA quer dizer “interno”, são as práticas internas, ou mentais, emocionais. O complemento de uma com a outra é o lado espiritual, a comunhão perfeita. BAHIRANGA é Shakti e ANTARANGA é Shiva. Evoluir é conquistar o equilíbrio entre as forças opostas, paz interior com paz externa. Realização interna deve ser seguida e complementada com realização externa e vice-versa.

Que são os Chakras?

Os Chakras são a fisiologia do Tantra Yoga, Tantra é uma visão para a expansão e liberação da consciência. O Tantra desenvolveu técnicas para isso. A Yoga significa união: técnicas disciplinares em direção à união. RAS quer dizer, o suco da vida, a celebração da vida, a festividade da vida, a flor e o perfume. Chak-ras são os vórtices de energia (ou sucos da vida)

Isto é Mysterion - Uma Cerimônia Secreta.

Dançar com o divino. Ativar a energia dos chak-ras é ativar o suco. Há basicamente sete chakras ou centros de energia vital no corpo físico. O Tantra tem sete mil anos e recentemente neste século William Reich constatou blocos de energia no corpo que ele chamou de couraças. As couraças existem porque a energia não flui naturalmente. Os chakras como as couraças são centros sensíveis e são blocos de energia localizados em sete pontos.

A ciência moderna diz: Que a matéria analisada é reduzida a partículas de eletricidade, nada substancial permanece, só energia. A matéria não é real, nem para a física, ela é alegoria, trazida a alta velocidade, a energia se condensa como no ventilador, as paletas desaparecem quando em movimento acelerado se unem em uma massa uniforme, surge da circulação. O mesmo acontece com a energia atômica, observam-se os fenômenos devido a uma instabilidade provocada pelo bombardear o núcleo de urânio. O duplo corpo etéreo, é o corpo atômico humano só se percebem efeitos. Além do corpo etéreo está o corpo astral, ainda mais sutil. A ciência ainda não chegou a este nível, mas um dia chegará. Esta energia é subdivisão do éter dividido, partículas mais sutis ainda, tudo é não sólido, na realidade nada é. Tudo parece sólido e mesmo a palavra partícula não é mais usada, usa-se quanta, tudo é energia no universo, tudo são ondas mutáveis em grande movimento.

Onde há incerteza tem que haver consciência, a incerteza de Heisenberg, a observação do mutável, sem possibilidade de detecção de sua velocidade e localização ao mesmo tempo, as probabilidades desta incerteza que é a qualidade da consciência incomum, de um elemento em si. No plano do pensamento, palavras belas produzem ótimas vibrações e esta energia afeta o coração. Palavras são pensamentos que são manifestados. Palavras não manifestas são pensamentos que causam ressonância. E por causa deste fenômeno, pessoas negativas carregam uma vibração similar, como pessoas positivas fazem vibrar em consonância em certos momentos ou ambientes um sentimento de paz e tranqüilidade.

Da mesma forma no sexo, as subpartículas de energia sutis existem, e este fenômeno toca nos corpos sutis. O chakra básico, muladhar está conectado com o corpo físico, o chakra do umbigo – hara está conectado com o corpo etéreo e assim por diante, à medida que há um movimento pleno da sexualidade esta energia atinge os corpos sutis. Uma atitude agressiva e negativa, por outro lado, abusa estes corpos e ao invés de nutri-los suga a sua energia vital. A repressão – supressão do sexo estanca a energia de vida e deprime a pessoa. Sexo mais meditação é o que o Tantra e o Tao representam. O sexo é sagrado em sua essência e uma atitude consciente aplicada a esta energia viva transforma completamente um ser humano.

Há basicamente sete chakras ou centros de energia vital no corpo físico. O Tantra tem sete mil anos e recentemente neste século William Reich constatou blocos de energia no corpo que ele chamou de couraças. As couraças existem porque a energia não flui naturalmente. Os chakras como as couraças são centros sensíveis e são blocos de energia localizados em sete pontos, conforme mostra a lista abaixo:




1. Raiz -Terra (Vida, Paixão, Desejo, Libido, Prazer, Ciúmes, Possessão, Sedução, Medo do Sexo);

2. Hara - Água (Liberação, Transformação, Ressureição, Desapêgo, Risco, Relaxamento, Medo de

Morrer);

3. Plexo - Fogo (Dinheiro, Desejo de Poder, Ambição, Jogo, Esperteza, Carisma, Manipulação);

4. Coração - Ar (Amor, Compaixão, Dor, Entrega, Compreensão, Amizade);

5. Comunicação (Palavra, Informação, Expansão, Fama);

6. Mente (Razão, Lógica, Poder da Mente, Intelecto);

7. Transcendência (Nirvana, Superconsciência, Vazio, Infinito, Eternidade).

O MAPA TÂNTRICO

1.

Adão e Eva se fundiram um no outro

A árvore do conhecimento dual

Yang e Yin o Tao em um giro solto

A transcendência do bem e do mal

2.

O Tantra é a ciência para isto

O que eu e todos querem descobrir

Este é o alvo, enquanto existo;

De que modo eu devo prosseguir?

3.

O primeiro chakra precisa relaxar

O centro sexual está apertado

O nome dele na Índia é muladhar

A sociedade o mantém controlado.

4.

É algo errado liberar esta energia?

A obsessão sexual criou o medo

Que, assim, criou uma tensão fria...

Relaxar, então, é o grande segredo.

5.

O segundo chakra é o centro do ser

Ele se chama swadisthan ou hara

Outra vez o medo, o de morrer...

Relaxar é, também, o que sara.

6.

O terceiro chakra plexo, estômago

Manipura é seu nome indiano

Emoções negativas no seu âmago

Raiva, ciúme... No fundo do pano.

7.

Muitas emoções foram reprimidas

A violência, a ambição... Negadas!

Como então curar estas feridas?

Estas energias devem ser expressas.

8.

Há mil formas de expressão saudáveis

Em ambientes de vivência, seguros.

As energias positivas agradáveis

Vão para cima quebrando muros.

9.

O quarto chakra, o coração

O seu nome é Anahata

A dúvida é sua prisão

Ela é uma coisa inata.

10.

Qualquer dúvida destrói

Racionalismo, ceticismo.

O coração sente, se corrói.

A confiança tira este abismo.

11.

O quinto chakra da garganta

Chama-se na Índia Visudha

Imitação é a coisa que o espanta

Ser original é o que o ajuda.

12.

As artes, a dança, a inventividade,

Tudo isto faz a energia fluir

O que for movido por criatividade

É aonde esta flor irá se abrir.

13.

Então, a energia vai para o sexto

O chakra Ajna é a glândula Pineal

O terceiro olho é o contexto

Inteligência, Intuição, genial!

14.

Bloqueia aí, a mente confusa.

O ego, pensamentos sem pureza,

Que a meditação seja difusa

Ela é a medicina da clareza.

15.

O sétimo chakra, topo da cabeça.

O Sahashar como é conhecido

Chegando aí então floresça.

O Lótus-de-Mil-Pétalas querido.

16.

O ser humano é uma árvore plena

O Muladhar é a sua raiz profunda

O caule – chakras médios em cena

O Sahashar com suas flores – Abunda!


Canção de Goloka*

Sexo, força biológica fenômeno da consciência, emoção maior! O que o Tantra diz?

O sexo é a energia da vida, a força biológica da reprodução humana.

Através do sexo nós disseminamos nossa espécie. O desejo é base de nossa força procriativa. A base da força criativa ativa, construtiva do ser humano, capaz de alterar o curso dos rios, unindo oceanos, esculpindo montanhas. Um fenômeno da consciência.

O desejar totalmente produz uma transformação na mente etérea. A totalidade é a única diferença entre desejo e vontade. Desejar totalmente, de coração, torna-se vontade, que traz confiança e realização.

O Tantra diz: “Antes que você faça amor com um homem ou com uma mulher; primeiro medite, reze, ore, porque vai ser um encontro divino de energias, a verdade está à sua volta; toda vez que amantes estão presentes,  a verdade está lá.”

Toda vez que amantes estão encontrando, misturando suas energias há vida, tudo fica mais vivo, tudo está no máximo, no melhor;deus está à volta, a verdade está lá, as igrejas estão vazias, lugares de amor estão cheias de verdade.

Quando você prova o amor da maneira que o tantra diz para saboreá-lo e da mesma forma que o Tao diz para conhecê-lo, você fica pleno, satisfeito, saciado; o sexo até perde seu apelo. O sexo é transcendido não pelo seu esforço, mas por sua totalidade nele. Abandone então todas as antiatitudes, as posições antivida e aceite a facilidade que o sexo é então quando você se der conta ele te abandona.Há sempre o conflito entre o sexo e o ego.

Egoístas não podem ser sexualmente saudáveis, porque o sexo é algo na vida que não se pode ser egoísta, onde o outro se torna mais importante que você. Em uma relação de amor, o outro se torna mais importante que você. Sexo não se pode controlar, e o ego é o grande controlador. Por isso o Tantra ensina a entrar totalmente no sexo para perder o ego. O Tantra é o caminho da entrega, da dissolução do ego.

O Tantra diz: “Tudo acontece no seu próprio tempo, não há o que forçar, a força não vai ajudar, será uma perturbação, ela pode destruir, mas nunca pode ser criativa, a pessoa deve estar sem esforço, espontânea. A pessoa deve se abandonar.”

A Yoga diz que a pessoa precisa se liberar. O Tantra diz para que, de quem? O Zen não tem nenhum sistema de crenças sobre qualquer coisa e o sexo é incluído aqui. O Zen não fala nada sobre o sexo. O Tantra tem uma atitude sobre o sexo e qual é a razão disto? O Tantra tenta redirecionar o que a sociedade fez .

O Tantra é medicinal. A sociedade reprimiu o sexo, o Tantra traz a medicina, o remédio para ajudar a equilibrar. E muitas vezes a repressão foi tanta que o Tantra tem que enfatizar demais o outro lado, ele tem que trazer a pessoa para um outro extremo e até ultrapassá-lo, porque só assim o equilíbrio pode ser alcançado. Como os malabaristas na corda bamba que carregam uma barra para equilibrar, eles vão para um lado e imediatamente tem que colocar a barra mais do outro lado para permitir o alcance do equilíbrio.

A sociedade criou a mente repressiva, a mente que nega a vida, a mente antiprazer. Porque a sociedade é tão contra o sexo? Porque se os prazeres sexuais são permitidos livremente, não se podem transformar as pessoas em escravos. Uma pessoa alegre é uma pessoa livre, ela tem um tipo de independência nela. Como se podem recrutar pessoas alegres e sexualmente plenas para a guerra?

Mas, para os reprimidos, a guerra é até uma alegria, porque eles se tornaram inaptos para se alegrar, para curtir a vida, para serem criativos. Eles agora só podem fazer uma coisa:destruir. Todas as suas energias se tornaram envenenadas, destrutivas. De fato, enquanto (estão) destruindo seres humanos eles têm uma alegria perversa de penetração que poderia ser bela no amor sexual e se tornar até mesmo espiritual. Mas penetrar com uma espada ou com uma arma é muito feio, violento, um substituto para a penetração.

O Tantra diz: “O sexo é o único fenômeno sagrado.”

O Tantra é um remédio, o Zen não é um remédio. Para o Zen a doença desapareceu e, claro, com a doença, o remédio também. As sociedades em geral são contra o sexo; O Tantra veio para ajudar a humanidade a trazer, a retornar ao sexo natural e saudável.

Quando este sexo saudável retorna, então surge o Zen sem atitudes em relação ao sexo. O Zen é a saúde pura.O tantra transformou o sexo em algo espiritual, portanto ele está mais próximo da biologia, da fisiologia, da ciência, da humanidade.

O Tantra nunca criou perversões e nunca se tornou uma religião.Permaneceu uma linha de pensamento-experimentação independente, qualquer pessoa pode segui-lo, não é preciso acreditar em Deus ou não, ou acreditar no céu ou inferno. O Tantra é uma meditação tremenda porque o orgasmo sexual é a natural potencialidade de sentir, por um momento, algo do além. O Tantra usa o orgasmo e o une à meditação.

E aquilo que acontece em um momento pode se tornar um estado permanente, e ainda mais, o Tantra produz uma coisa científica, que o orgasmo não tem nada a ver com a outra pessoa. Quando você está fazendo amor, você chega a um pico de tensão e porque a tensão relaxa, um silêncio enorme descende em você, um grande relaxamento sem pensamentos, sem tempo... e se o Tantra é praticado com suas orientações completas, o orgasmo não é só um relaxar de tensões, mas uma plenitude em um estado de relaxamento contínuo, de prazer intenso e duradouro.

O Tantra estabelece um explorar na união sexual, onde vários portais de prazer são contatados e um aprofundamento na meditação é a conseqüência natural. Porque no momento que você aprende a relaxar no ato, você aprende a relaxar na sua vida e os pensamentos são abandonados, o tempo pára, a mente pára, você descobre a sua pura essência.

O Tantra lhe dá uma liberdade tremenda do outro e uma grande gratidão pelo outro ao mesmo tempo. É por causa do outro que foi possível alcançar a liberdade de toda dependência.

O Tantra diz: “Se você puder achar um parceiro, um consorte, um amigo, uma mulher ou um homem, que está pronto para se mover com você em direção ao centro interno, ao mais alto pico de uma relação, então esta relação se tornará meditativa. Então através desta relação você alcançará a relação suprema, então o outro torna-se apenas uma porta.”

O Tantra diz: “Toda mulher e todo homem são bissexuais. Nenhum homem é simplesmente homem: ele é em sua própria maneira, mulher também e nenhuma mulher é só mulher, lá no fundo tem um homem escondido. Portanto, todo indivíduo, homem ou mulher é bissexual, o oposto está escondido atrás.”

O Tantra diz: “No ato de amor sexual, quando o orgasmo é pleno, total, quando todo o seu ser está envolvido nele, cada célula, cada fibra do seu ser está vibrando e pulsando, estão vivas, totalmente vivas, e você se torna um oceano e você está completamente perdido sem saber onde está, todas as fronteiras se dissolvem neste momento de orgasmo você em um satori, um samadhi, nirvana. Em qualquer situação se você alcança o pico da experiência, você chega a ter uma graça divina.”

O Tantra diz: "É possível transcender qualquer intoxicante e permanecer consciente."

O estímulo foi dado, mas a resposta não está lá. O sexo é um fenômeno químico. Uma quantidade particular de hormônio cria o desejo sexual, você se torna o desejo. Você pode se arrepender quando sua química voltar para o nível normal, mas sem significado que o motive porque quando os hormônios estiverem lá de novo, você agirá da mesma forma. Se você não se sentir sexual em uma situação que é totalmente sexual, então você está livre do sexo. O corpo está lá, mas você não está no corpo. A raiva é também uma química.Um Buda tem raiva e a libido é vivaz no entanto sem se reprimir, pois a consciência não contata os resultados desta química. Toda vez que a situação está lá, medite nela. Você tem uma grande oportunidade. Se você está com ciúmes, medite nisto, este é o momento certo. Sua química está trabalhando dentro de você, fazendo com que você fique inconsciente, fazendo você se comportar loucamente.

Agora então fique consciente, não suprima o ciúme, mas seja um observador, uma testemunha disso. A Yoga diz: “Evite o sexo se quiser conhecer a verdade”,

O Tantra diz: “Use o sexo se você quer ser divino”.

Transforme a energia sexual. O Tantra é muito mais profundo do que a Yoga, porque o sexo é a energia dada por Deus a você, use-a atentamente, meditativamente. Reprimi-la é ir contra a existência divina, porque esta energia é sua criatividade. Ela cria o filho, ela é energia divina.

O Tantra diz: “Se seu sexo não for espontâneo toda a sua vida será robotizada.”

Uma disciplina enorme é necessária para viver .Em um mundo com tanta gente é necessário viver com disciplina, senão a vida se torna um caos, mas vivendo só em disciplina esquece-se a espontaneidade. E então a vida é também perdida, você se torna um robô, uma máquina. Duas são as alternativas: ou tornar-se um caos ou tornar-se uma máquina. É necessário um estado de alerta, cônscio, atento, disciplinado e ainda assim, capaz de ser espontâneo. Quando no trabalho, seja disciplinado. Mas o trabalho não é tudo. Quando estiver fora do trabalho esqueça a disciplina.

O Tantra diz: “Há uma porcentagem grande de possibilidade de que o sexo possa puxá-lo para ele, inconscientemente, talvez até 99% de chances estão a favor dele, mas esta porcentagem de cair no inconsciente sexual, pode ser reduzida pelas técnicas certas e os homens e mulheres podem ser treinados.”

Então, fazer amor torna-se uma arte – a maior das artes. E se você conhece a arte, então você se aproxima muito cautelosamente, muito delicadamente. Então não é apenas uma liberação de tensões temporária, um alívio. Torna-se uma adoração sagrada, um ritual sagrado. O Tantra ensina as pessoas a primeiro serem não sexuais. Tantra ensina a chegar a um ponto onde o sexo não é mais loucura para você. O Tantra ensina a permanecer totalmente desapegado, sem desejos. Uma bela mulher nua pode se sentar diante de um buscador, de um meditador tântrico, um Sadhaka, e esta mulher é por ele contemplada, ele vê sua beleza, mas como uma força divina. Ele observa dentro de si e não surge nenhuma luxúria, porque se ela vem, o ponto é perdido.

O Tantra diz: “Quando uma mulher ou um homem está sentindo orgasmo, as energias se encontram, mas em um plano psíquico, não no plano físico.”

Comumente o orgasmo é uma liberação de tensões, o homem ejacula e o orgasmo acaba. Mas os orgasmos tântricos são sem ejaculação, e mais sutis ainda quando as energias se encontram no plano espiritual e há um encontro e uma porta.Então a energia se torna criativa e dá nascimento a você em uma outra dimensão. Com cada camada de um movimento maior da energia sexual, abrem-se outras portas e você se torna super-humano. O sexo pode sim se tornar a resposta. O sexo se torna um portal para o cósmico, para a super consciência, este é um dos segredos chave do Tantra, porque há uma forma mais alta de vida que é criada pelo sexo, não apenas corpos, mas uma forma mais alta de energia e no momento que você aprende como criar esta energia, o sexo desaparece como sexo, ele começa a se mover para uma dimensão maior.

O Tantra diz: “Para encontrar uma pessoa real, você tem que ir até suas raízes.”

E afirma que aqueles que não foram educados, não civilizados, não cultos são mais vivos, têm mais vitalidade. O medo dos brancos em relação aos negros é que os negros são mais primitivos e reais do que os brancos plastificados...

O Tantra diz: “Primeiro mude seu ser e então suas ações mudam automaticamente.”

Se você alcança um tipo diferente de consciência, então um tipo diferente de ação, caráter, comportamento surge naturalmente. O Tantra é chamado de Kulika, o caminho da família, onde o ser humano está no centro, e também de ‘A canção das ações humanas.’ Mas ele acredita no ser e não em ações, disciplinas. Quando o ser é transformado, as ações são transformadas.

O Tantra diz: “O ser humano só pode acordar através de métodos de grupo, através de escolas de mistério.”

Sozinhos não há chances, juntos muito mais é possível. Por exemplo: se oito pessoas estão perdidas na floresta é muito perigoso, pois à noite inimigos podem matá-los, animais selvagens podem matá-los é difícil, ladrões, assassinos. Eles então, decidem por um método de grupo que diz que “cada um ficará acordado por uma hora à noite.” Pedir para cada um ficar acordado oito horas é demais, mas uma hora é possível. Escolas de mistério ou escolas de crescimento espiritual trabalham com grupos para um acordar individual.Alguém é muito inteligente e outra pessoa é muito amorosa, ambos podem se ajudar, homens e mulheres podem se ajudar, dando as mãos.

O Tantra diz: “O que quer que seja, precisa ser entendido e através da compreensão há transformação.”

Ouvindo o Osho, ou Saraha, ou Gorakh, ou Ramakrishna, procure entender bem o que eles dizem. A tendência é a indulgência no sexo, a fácil interpretação é que em nome do Tantra o sexo em sua inconsciência esteja escondido. O Tantra está interessado na superconsciência e para tal vê a sexualidade humana como o único fenômeno sagrado, porque o sexo é a raiz, a base do super humano, do ser humano super consciente. A indulgência é um vício, ele é tão suicida quanto a repressão. Esteja no meio caminho dourado, observador, alerta, atento.

Esta é sua vida, ela nem deve ser repressiva nem perdida em indulgências. As pessoas repressivas pensam que o Tantra é indulgência, que o Tantra é a permissividade total inconsciente, esta é a idéia da repressão, porque estão em um extremo e acham que liberar é ir para outro extremo, não é verdade. O Tantra é meditação, a busca do caminho do meio, do equilíbrio, da saúde, da inocência.

O observador não se vê, então a mente repressiva quando vê um meditador fazendo amor, em um ato sexual, não pode ver que ele está interessado em aprender com sua sexualidade e os picos do orgasmo, o que esta energia tem a ensiná-lo, o que desta energia e espiritual. Deus escondeu a chave em nossa sexualidade, isto o Tantra sabe. Mas as mentes repressivas ficam obcecadas pelo sexo e não percebem que nele há uma chave para a eternidade. A energia sexual é a energia da vida. O sexo serve para a procriação, por um lado e para a eternidade pelo outro lado.

É necessário entender o sexo, decodificá-lo, se o sexo é tão vital que a vida venha dele, deve haver algo além dele, que vai através dele e o leva à divindade, o leva à verdade.

O Tantra diz: “Que a espontaneidade pode ser um produto da impulsividade ou uma conseqüência da meditação.”

Se você ouve dizer que a espontaneidade é para ser cultivada, o corpo e a mente inconscientes se impulsionam nesta direção, mas não criam a espontaneidade natural que surge da MEDITAÇÃO que é a qualidade do Buda.

O Tantra entende a espontaneidade cheia de consciência, de atenção, de alerta.

Não é impulsividade inconsciente, mas um estado de pura consciência espontânea.

O Tantra é uma nova ‘gestalt’ para se olhar para a vida não há nada mais profundo que o Tantra, por isso tão difícil de entender, muito fácil não compreendê-lo, mesmo as pessoas que se interessam em divulgá-lo podem estar fazendo por uma incompreensão.

O Tantra diz: “O sexo pode ser transformado em ‘samadhi’.”

O que é considerado mais baixo, pode ser transformado no que é visto como mais alto. Porque o mais alto e o mais baixo estão juntos, não há esta diferença. É uma escada, os degraus não estão separados, pode-se mover do mais alto ao mais baixo e vice versa. O ser humano é esta escada, shakti – shiva, sexo – samadhi.

Ele pode existir no degrau mais baixo é sua decisão, ou ele pode se mover para o mais alto e existir lá. O Tantra é não divisível.

O Tantra diz: “Você é um; não há necessidade de haver nenhuma confusão.”

Pode haver uma fusão em uma só realidade, não há necessidade de haver nenhum conflito, não há necessidade de haver separação. Não é preciso ficar insano. Pode-se amar tudo que está disponível e evoluir disso. Com profunda criatividade, amor, cuidado pode-se evoluir. O corpo não é o inimigo da alma, o corpo é o templo, o abrigo, não é o inimigo é o amigo.

O Tantra diz: “Ame a realidade em sua totalidade.”

O Tantra abandona todo tipo de violência, inclusive contra si mesmo. Toda evolução é através do amor e não há necessidade de luta.

O Tantra diz: “Como pode haver algum início? E como pode haver algum fim?”

E quando não nenhum início e nenhum fim, como pode haver um meio? Tudo é eternidade e não há tempo.Tantra é uma visão além do tempo, porque no tempo há um início, um meio e um fim, mas na eternidade não há nada disso, ela sempre é.

A verdade não é um fato temporal, de fato o tempo existe na verdade como uma onda, bem como, o espaço existe na verdade como uma onda. Não é o contrário, a verdade não existe no espaço e no tempo, é o contrário, o espaço e o tempo existem na verdade imutável, permanente, eterna.

No Tantra não há necessidade de rituais, adoração, templos ou sacerdócios, o ser humano está cara a cara com a verdade, com a existência, com os céus e com as mil e uma coisas.

O Tantra não sabe o que os sacerdotes ou os clérigos está falando, palavras meras palavras, sem experiências, palavras vazias

O Tantra diz: “Para conhecer a verdade só há uma coisa necessária, intensidade. Total intensidade.”

Como criar esta intensidade? Abandone o passado e o futuro e toda a sua energia de vida é focalizada no pequeno aquiagora e neste focar você é um fogo vivo. Ficar intensamente aqui enquanto comendo esteja lá totalmente.

O Tantra diz: “Através das pequenas coisas da vida é que você tem o sabor. Não há grandes coisas na vida; tudo é pequeno. A pequena coisa se torna grande se você entra nela definitivamente, totalmente, completamente.”

Fazendo amor a uma mulher ou homem, seja o amor. Esqueça tudo mais! Naquele momento não permita que haja nada mais. Deixe a existência toda convergir para o ato de amor. Nas pequenas coisas da vida saboreie totalmente e penetre em outra dimensão. Deixe que o ato de amor seja selvagem e inocente, onde não há mente para corrompê-lo, deixe todo pensamento desaparecer, que o ato seja total perdido, absorto, divino.

O Tantra diz: “Cada momento morrendo para o passado, cada momento renascendo novo em folha.”

Não carregue nenhuma carga, permaneça vazio.

O Tantra diz: “A beleza é maior do que aquilo que ela é constituída.”

Tudo que é significante não pode ser dissecado, dividido em partes, as coisas espirituais são sempre um todo, maior que a soma das partes. O total das partes não é o todo. Neste maior está a experiência da vida.

O Tantra diz: “O orgasmo total só acontece quando os dois hemisférios cerebrais se tornam um.”

Uma alegria enorme, um êxtase, o orgasmo total acontece, quando há menos racionalismo e mais entrega, menos lógica e mais arte. A mente analítica afasta a possibilidade de orgasmo pleno.

O Tantra diz: “Se você está em ordem, então o mundo todo está em ordem para você.”

Em harmonia a existência toda fica em harmonia, porque você é a existência.

O Tantra diz: “O ser humano precisa ser aliviado, desestruturado de três coisas: As fixações oral, anal e genital. O primeiro grande trabalho é no muladhar, o centro sexual. A liberação oral, a liberdade anal e liberar o genital em uma pessoa são fundamentais para que a energia vá para cima para os centros mais sutis.”

Para a liberdade oral, rir, gritar, chorar, soluçar é muito benéfico. Respiração caótica é benéfica para a liberação anal e genital.

O chakra muladhar precisa relaxar de constipação, de diarréia, ele precisa funcionar no seu ponto ótimo. Com 100% de funcionamento a energia começa a se mover.

O Tantra diz: “A existência não está contra o mundo. Samsara e Nirvana não são duas realidades.”

Samsara é o mundo, a roda do mundo, Nirvana é a “chama que se apaga”, representa a verdade, o vazio absoluto. Samsara é Nirvana.

O Tantra diz: “Por causa da família, o amor foi completamente corrompido.”

O Tantra se opõe à família porque ela é a causa da doença, a doçura da vida foi completamente envenenada. As pessoas estão de apegando umas às outras. As pessoas estão tentando possuir umas às outras – não curtir, deliciarem-se, mas possuir. O casamento está aí para confirmar isto. A possessão tornou-se a curtição. Você está com a mulher ou o homem, não para se curtirem, se deliciarem, mas para possuí-lo. A política entrou, a ambição entrou, a economia entrou... O amor não está mais lá.

O amor não conhece a posse, não quer dizer que não se pode viver com um homem ou mulher por muito tempo, pode-se viver por vidas juntos, mas sem família. Por família entende-se uma posse legal, o marido demanda da mulher que ela deve amá-lo ou vice-versa. Ninguém é obrigado a dar amor. Em forçar o amor, ele desaparece. Então só há pretensão. A esposa está cumprindo um dever e isto não é amor. Dever é veneno, o amor é saúde.

A família é muito possessiva, ela é contra o ser humano, contra a sociedade, contra a irmandade universal. O Tantra é chamado de Kulamarga o caminho da família, no sentido de que é a medicina da família, como irmandade humana, onde a base da atividade é o ser humano. As fronteiras da família são a prisão de seus membros. As pessoas não sentem isto porque se acostumaram.

O Tantra diz: “Nunca fique obcecado com qualquer pessoa, permaneça livre das personalidades. Permanece livre do passado.”


Não persista em nenhum padrão, seja inventivo, inovador, um aventureiro, um descobridor. Curta a vida através de coisas novas, encontre novas formas de aproveitá-la. Ache novas formas de fazer as coisas antigas mas sempre encontre novas formas e há infinitas possibilidades.

A vida se torna mais rica, mais doce, mais alegre, uma celebração.

Onde está o mel, onde está a verdade? Ele está na natureza não contaminada, a verdade não está no dinheiro, não está na política, não está nas igrejas, não está na ambição mas ele está em tudo que o ser humano destruiu e condenou.

No mundo moderno é complicado porque você está envolvido por coisas criadas pelo homem, aparelhos, equipamentos, automóveis, etc... Veja o fato disso. Onde quer que você encont vivacidade lá está Deus, lá está o divino.

O Tantra diz: “Se você abandona sua visão estreita, se você começa a abrir seus olhos tão abertos quanto eles estão destinados a ser, de repente você perceberá que pode ver em todas as direções.”

Você tem sido enganado pela sociedade para olhar somente em certas direções, a sociedade o converteu em um escravo. Há uma grande conspiração, cada criança é danificada, imediatamente no momento que ela nasce, a sociedade começa a corrompê-la, antes mesmo que ela comece a estar alerta ela já é uma escrava e, ainda assim, aleijada, de mil e uma maneiras.

Quando uma pessoa é aleijada ela dependerá da família, da sociedade, do estado, do governo, da polícia, do exército, ela dependerá de mil e uma coisas e por causa desta dependência ela sempre será uma escrava, nunca será uma pessoa livre.

A sociedade aleija de tais formas sutis e você não sabe, antes que você saiba já está aleijado. O Tantra ensina a recuperar a saúde, a desfazer tudo que a sociedade fez a você, pouco a pouco, torne-se mais alerta e comece a desmontar as impressões que a sociedade fez a você, que é o responsável afinal para viver a sua vida. Esta é sua vida afinal, não é de ninguém mais. Viva-a, aproveite-a. Mesmo que você tenha que pagar por ela com ela, vale isso.

O Tantra é muito rebelde ele acredita em um tipo totalmente diferente de sociedade, que não será possessiva, que não seja orientada para dinheiro, que não seja orientada para o poder, para hierarquias, para apolítica, para as religiões instituídas. O Tantra acredita em um tipo diferente de família, que não seja vida-negativa, nossas famílias negam a vida. Não permitem à criança alegria, elas tentam matar todo o prazer da vida.

E basicamente todo prazer está relacionado com a sexualidade e a sociedade e a família tem tanto medo do sexo que não permitem que a criança seja sexualmente alegre e esta é a base de toda a alegria.

Uma criança está brincando com os genitais e imediatamente alguém vem e diz para parar com aquilo e ela não está fazendo nada só brincando com seu corpo os genitais mais sensitivos, mais vivos. Algo em sua energia fica bloqueada, então toda vez que ela se sente feliz ele se sente culpado também. Aí está a causa da contaminação mais danosa no ser humano.*