EDUCANDO AS CRIANÇAS COM PLENITUDE
"A criança tem que ser educada para tomar conhecimento de
todas as espertezas humanas de forma que ela possa se tornar familiarizada com
o inteiro mundo problemático humano e experimentá-lo. Mas, se só esso tanto é
feito uma personalidade desequilibrada será criada; o intelecto será afiado,
mas seu coração vai estar vazio; A matemática será claro para ela, mas o amor
vai ser algo não tocado, desconhecido mesmo. Ela vai ser capaz de destruir mas
ela não será capaz de criar.
Ela vai capaz de vencer, mas ela não será capaz de
perder. Um humano que só sabe ganhar não é um todo, porque há certas dimensões
da vida que só estão disponíveis para os perdedores. O mundo é ganho por
aqueles que sabem como ganhar, mas a realização divina só pode ser alcançada
por aqueles que, também, sabem como perder.
A riqueza pode vir para aqueles que são vencedores, mas o
amor só pode ser alcançado por aqueles que sabem como perder. A derrota tem a
sua própria vitória. mas a matemática e a lógica só ensinam como ganhar, como
vencer; A meditação ensina como perder. A lógica e a matemática nos oferece a
habilidade de aumentar a nossa riqueza e nossas posses no mundo e ampliar nosso
império.
Se apenas o intelecto da criança é educado, ela estará
parcialmente paralisada; não haverá plenitude, não haverá nenhuma totalidade em
sua vida. Uma de suas pernas estará sempre aleijada e sua vida será
claudicante.
É somente porque todas as outras pessoas também são
aleijadas que ninguém reconhece o fato.
As crianças têm um jogo de corrida em que uma de suas
pernas está amarrada à perna de uma outra criança, portanto, apenas uma de suas
pernas podem correr livremente.
Essa é virtualmente a maneira como nossa vida está
organizada, assim como nós estamos usando somente uma perna. É pouco
surpreendente que falhamos, colapsamos, quebramos!
A meditação é a segunda perna. Nós deveríamos ensinar
meditação às crianças quando começamos educar seus intelectos. Do mesmo modo
como a criança vai compreender a ciência, ela deveria aprender a compreender a
verdadeira religião
simultaneamente.
Como você é, você é como uma árvore que não tem raízes:
você sobe às alturas e se espalha, mas você não tem um caminho para dentro de
si, para sua essência e assim você está tremendo a cada momento. Apenas uma
pequena rajada de vento e você fica com medo porque você não tem raízes.
Se você tivesse raízes firmes nas profundezas da terra,
então você ficaria alegre em convidar tempestades e deliciar-se quando elas
vieram. Elas seriam um festival em sua vida no qual você pode dançar, porque na
tempestade reside o desafio e só num fundo cheio de desafios você pode vir a
conhecer seu ser plenamente. Então você agradece à tempestade e pede que ela
venha mais vezes.
Mas como você é, apenas uma brisa e você fica com medo
como se a morte tivesse chegado.
Em vez de ser grato à existência por ter enviado a
tempestade, você se emociona e chora: “Oh meu Deus, me salve”! Proteja-me dessa
tempestade. “E o medo é enorme, porque você não tem raízes”. As raízes vão para
dentro e quanto mais profundas as raízes entram, mais forte a sua expansão
externa será.
Isto faz da meditação, num certo sentido, o oposto do
desenvolvimento intelectual, assim como as raízes estão num sentido oposto ao
da árvore. A árvore sobe alto, as raízes são profundas e as direções em que
crescem são opostas umas as outras.
Nesse sentido meditação é oposta ao intelecto, mas em
outro sentido, toda a expansão para fora da árvore é suportada em suas raízes.
Eles não estão realmente em qualquer oposição; Toda a glória do intelecto
depende da meditação."
Osho,
Nowhere To Go But In - capítulo 10.
Nowhere To Go But In - capítulo 10.