segunda-feira, 20 de janeiro de 2014


Deseje ardentemente o poder.

 ...E o poder pelo qual o discípulo anseia é aquele que, aos olhos dos homens, o fará parecer um nada.

 Estaremos entrando cada vez mais em contradições. A linguagem da religião é, obrigatoriamente, contraditória. Aparentemente, isso parece irracional. De certo modo, a religião é irracional, pois vai além da razão, transcende a razão. 

Este sutra diz: Deseje ardentemente o poder - mas aquele poder que o torna um nada. Você se torna inexistente.

Desejamos o poder a fim de nos tornarmos alguma coisa. O poder que a riqueza pode oferecer, o poder que a política pode fornecer, o poder que o prestígio pode fornecer. Desejamos o poder para sermos alguma coisa, e esse sutra diz: Deseje ardentemente o poder - mas aquele poder que o tornará ninguém, nada.

Há dois tipos de poder. Primeiro, aquele poder que você pode acumular a partir dos outros - aquele poder que lhe pode ser dado pelos outros ou que você pode tomar dos outros. Ele depende dos outros. O poder que depende dos outros fará com que você se torne alguém aos olhos dos outros. Você permanecerá o mesmo de antes mas, aos olhos dos outros, tornar-se-á alguém. Esse “ser alguém” é uma pretensão do ego. E o ego é a barreira.

Deseje esse poder - o do segundo tipo - que lhe faz sentir-se ninguém. É difícil sentir que “eu sou ninguém”. Todo mundo pensa que é alguém, quer os outros concordem ou não. Todo mundo pensa que é alguém! Isso é ser comum; toda mente comum pensa que é alguém. No momento em que você compreender que é ninguém, tornar-se-á extraordinário, raro, uma flor única, incomparável. O sentimento de ser ninguém cria um espaço dentro de você. O ego se dissolve, seu falso centro deixa de existir. Você se torna espaçoso. Agora, o eterno pode entrar em você. Esse espaço, esse vazio, pode permitir que a existência floresça em você.

Você está repleto desse sentimento de ser alguém. Você é isto, você é aquilo. A mente é tão astuta que você pode até mesmo tornar o ser ninguém em algo importante. Vou contar-lhes uma pequena estória.

Um imperador maometano, estava rezando numa mesquita, num dia santificado. Ele estava orando ao seu deus e dizia: “Eu não sou ninguém. Sou nada. Tenha piedade de mim”.

Então, subitamente, ele ouviu um mendigo que também estava rezando próximo a ele. O mendigo também dizia: “Eu sou ninguém. Tenha piedade de mim”.

O imperador sentiu-se ofendido! Olhou para o mendigo e disse: “Ouça, quem é você para competir comigo? Quando eu digo, ‘Eu sou ninguém’, quem mais se atreve a dizer ‘Eu sou ninguém’? Quem é você para tentar competir comigo?”.

Até mesmo no estado de “ser ninguém” você pode ser um competidor. Então, o essencial, o ponto principal, é perdido. O imperador não podia tolerar que um outro, diante dele, reivindicasse para si o ser ninguém. Quando ele dizia para Deus que era ninguém, ele não queria dizer que era ninguém. Através do “ser ninguém” ele estava criando o “ser alguém”. Você também pode criar o ego a partir do nada.

Lembre-se de que o ego é poder em relação ao mundo, mas é impotência no que se refere ao divino. Tudo o que parece ser poder no mundo é impotência na dimensão divina. Nessa dimensão, a ausência de poder é poder. Jesus sempre dizia a seus discípulos: “Seja pobre de espírito.” Não apenas pobre, pois você pode ser pobre sem ser pobre de riqueza. Se você tiver um sentimento egoístico em relação à pobreza, então sua pobreza não é pobreza. Ela não é pobreza de espírito.

Por isso, Jesus sempre repetia: “Seja pobre (humilde em seu espírito)”. Do contrário, você pode ser um mendigo na rua, pode ter abandonado tudo, mas então, você se apega a esse fato de ter abandonado tudo; apega-se à sua renúncia. Transforma sua pobreza em riqueza; orgulha-se dela. Olhe para os sannyasins, os monges, os bikus (pedintes). Olhe em seus olhos. Eles possuem um profundo orgulho pelo fato de terem abandonado o mundo, de terem renunciado. Eles renunciaram ao mundo, mas agora sua renúncia tornou-se um crédito bancário. Orgulham-se disso; sentem-se superiores. Quando Jesus diz: “Seja pobre (humilde em seu espírito)” - ele quer dizer: não seja superior a ninguém.

Mas, lembre-se: ele não quer dizer para você ser inferior. Esse é o problema. Ele não quer dizer: seja inferior, porque se você for inferior - se sentir que é inferior - isso será, outra vez, uma superioridade de cabeça pra baixo, nada mais. Superioridade de ponta-cabeça torna-se inferioridade. Se você se sente inferior, a ânsia de ser superior está presente.

Quando Jesus diz: “Seja pobre (humilde em seu espírito)” - ele não quer apenas dizer: não seja superior. Ele quer dizer isso, mas também quer dizer: não seja inferior; seja apenas você mesmo. Não se compare aos outros; fique tranqüilo consigo mesmo.

Então, você será ninguém, porque para ser alguém é necessário comparação. Como você pode ser alguém se não há comparação: Você é mais bonito, nunca é simplesmente bonito. Você jamais pode ser simplesmente bonito; é sempre bonito em comparação a algum outro. Você é rico em comparação a algum outro, é mais inteligente em comparação a algum outro. A superioridade e a inferioridade são sempre comparações. Você é alguém quando comparado a outros. Se não houver comparação, quem você será? Você não pode ser apenas bonito, pode? Você não pode ser apenas inteligente, pode?

Imagine o seguinte: Você está sozinho na Terra; toda a humanidade desapareceu. O que você será? Inteligente ou tolo? Bonito ou feio? Um homem notável ou apenas um homem comum? O que você será? Sozinho na Terra - toda a humanidade desapareceu - você será apenas você mesmo. Não será capaz de dizer: “Eu sou isto ou aquilo.” Você não será alguém. Você será ninguém.

O verdadeiro sannyas, a verdadeira renúncia significa que você está totalmente sozinho, como se todo o universo, toda a humanidade tivesse desaparecido. Não há possibilidade de comparação. Nesse caso, quem é você? - Um ninguém, um nada! Esse estado de ser ninguém é poder - poder no mundo divino.

Jesus diz: “Aqueles que são os primeiros neste mundo, serão os últimos no reino de Deus, e aqueles que aqui são os últimos, serão os primeiros no reino de Deus.” Aquilo que neste mundo é poder, na jornada divina é ausência de poder e aquilo que neste mundo é a ausência de poder é poder na jornada divina.

Este sutra diz: Deseje ardentemente o poder - mas lembre-se do significado de “poder”. Significa uma ausência de poder. É um sentimento de ser ninguém, de nada, de vazio. E o poder pelo qual o discípulo ansiará é aquele que, aos olhos dos homens, o fará parecer nada.

Deseje fervorosamente a paz.

...A paz que você desejará é aquela paz sagrada que nada pode perturbar e na qual a alma floresce como o faz a flor sagrada nas lagoas calmas.

Deseje fervorosamente a paz. Ninguém deseja a paz. Você vive falando de paz e se iludindo dizendo que a deseja, mas ninguém a deseja - porque quando a paz é desejada, ela acontece, e ela não aconteceu para você.

Ninguém deseja a paz. Mesmo que você diga que deseja a paz, você não a deseja, porque uma das leis supremas afirma: se você deseja a paz, ela acontece. Então, onde está o erro?

Muitas pessoas me procuram. Um estudante me procurou - ele estava indo prestar seu exame final de mestrado. Perguntou-me: “Como posso manter-me em paz? Como posso manter-me calmo? Ajude-me. Desejo a paz. Ando tão inquieto, tão tenso.”

Eu lhe perguntei: “Por que você deseja a paz?”

Ele disse: “Desejo conseguir a melhor nota. O exame será em breve. Sempre obtive as melhores notas, mas este será meu último exame e eu desejo obter a melhor nota. Mas se minha mente está tão tensa, como vou consegui-la? Assim, ajude-me a ficar em paz.”

Veja a contradição! E isso está acontecendo com todo o mundo. Eu disse ao jovem: “Se não houvesse nenhum exame, se você não sentisse nenhum desejo de tirar a melhor nota, se não tivesse nenhuma ambição de ser o melhor da classe, haveria alguma inquietação em seu interior? Sua paz seria perturbada?”.

Ele disse: 'Não'. Não haveria motivo. Não haveria nenhum problema. Eu estaria em paz. Mas agora, o exame está próximo e desejo obter a melhor nota. Assim, ajude-me a ficar em paz.”

A ambição estava destruindo a sua paz. Ele permanecia preso à sua ambição e ao mesmo tempo desejava a paz. A paz não pode estar a serviço da ambição; é impossível, contraditório. A ambição não pode ser pacífica. A ganância de ser bem-sucedido não pode ser pacífica.

Se você desejar a paz, deseje-a por si mesma. Não faça dela um meio para obter algo mais. Ela não pode tornar-se um meio. Quando este sutra diz: Deseje fervorosamente a paz ele se refere à paz como um fim e não como um meio. Ninguém deseja os meios. Os fins é que são desejados e, por causa dos fins, os meios são desejados. Mas a paz não pode jamais ser um meio. Na existência, tudo aquilo que é belo, verdadeiro, bom, profundo, não pode ser transformado num meio. É sempre o fim. 

Mas até mesmo seu deus é desejado como um meio. Ninguém deseja deus por si mesmo; desejamos deus por algum outro propósito. Então, o desejo é falso.

É isso o que quero dizer quando afirmo que ninguém deseja verdadeiramente a paz, a não ser que a deseje por si mesma. Você pode alcançá-la facilmente se desejá-la como um fim. Deseje-a por si mesma e ela acontece, pois no verdadeiro desejo pela paz a ambição se extingue; no verdadeiro desejo pela paz, a ansiedade desaparece; no verdadeiro desejo pela paz, a angústia desaparece. Se você continuar a ser ambicioso - desejando o sucesso, desejando ser isto ou aquilo, ser alguém - então a paz não lhe acontecerá. Você continuará inquieto, dominado pela ansiedade, tenso. Continuará angustiado e nada do que fizer poderá lhe ser de alguma ajuda. Assim, esteja ciente disso. Se você quer a paz, deseje-a diretamente, como um fim. Nesse caso, o próprio desejo pela paz transformará você.

Na verdade, a paz é natural. Não se trata de algo que precise ser desejado. Você, você mesmo, a perturba. Ela já está presente. A paz é natural em você; ela é o seu próprio ser. Você a perturba devido à ambição, à ganância, à raiva, à violência. Ela já está presente, mas você a perturba.

Não a perturbe! Se você a deseja realmente, não a perturbe. E então, você começará a senti-la.

Para se alcançar a paz, é preciso remover tudo aquilo que a está obstruindo. Descubra por que você não está em paz. Por quê? Então, remova a causa. Se a ambição estiver perturbando a paz, livre-se da ambição e a paz acontecerá. A paz já está presente; você não precisa aspirá-la. Torne-se apenas consciente de como você a está perturbando, e não a perturbe; isso é tudo. E ela acontecerá. É por isso que eu digo que quando a paz é realmente desejada, ela acontece imediatamente. Não se precisa esperar nem mesmo um único instante.

Deseje, acima de tudo, posses.

Este sutra parece muito perigoso: Deseje, acima de tudo, posses. Posses? A própria palavra produzirá uma perturbação em sua mente, pois todos os grandes mestres ensinam: não deseje posses. Buda diz: “Seja não-possessivo.” Mahavir diz: “Aparigraha: nenhuma posse.” Jesus diz: “Abandone todas as riquezas, todas as posses”.

Jesus diz: “Até mesmo um camelo pode passar através do orifício de uma agulha, mas um homem rico não pode passar através da porta do reino de meu Deus.” E este sutra diz: Deseje, acima de tudo, posses. Mas o sutra é belo. Ele quer dizer a mesma coisa que Mahavir, Buda e Jesus estão dizendo, mas o diz de uma maneira muito contraditória.

Ele diz que todas aquelas coisas que você considera posses não são posses, porque você não pode possuí-las realmente. Você pode possuir as coisas? Pode possuir os outros? Pode possuir alguma coisa no mundo? Você pode apenas se iludir de que possui alguma coisa. Na verdade, você não pode possuir nada, pois a morte destruirá tudo.

Outra coisa: tudo o que você possui, seja o que for, torna-se o seu possuidor. O possuidor é possuído pelas suas posses. Você se torna um escravo; você não é o senhor. Assim, o que adianta dizer que você possui o mundo? Ninguém possui coisa alguma. Somente uma coisa pode ser possuída: o seu próprio eu. Nada mais pode ser possuído.

Você só pode tornar-se o senhor do seu próprio eu. Se tentar ser o senhor de qualquer outra coisa, será apenas um escravo. Você pode considerar esta escravidão como um “domínio”, pode rotulá-la de “domínio”, mas estará apenas se enganando. Mentiras são mentiras. O fato de se alterar o rótulo não muda nada.

Olhe para as suas posses. Você as possui? Se sua casa for destruída, você chorará, gritará, ficará furioso; mas se você morrer, sua casa não chorará, Não ficará furiosa. Assim, quem era o verdadeiro proprietário? A casa possui você. Ela não está nem um pouco preocupada se você mora nela ou não. Na verdade, ela se sentirá muito melhor se você for embora. Será mais tranqüilo. Ela não depende de você. Você está justamente perturbando a sua paz. Se você morrer, a casa se sentirá ótima. Assim, quem é o possuidor?

Nesse sentido, este sutra é significativo: somente o eu pode ser possuído, nada mais. E se você não pode possuir o seu eu, que mais você pretende possuir?

Assim, seja um senhor - o senhor do seu próprio eu - e não faça nenhum esforço para possuir coisa alguma. Não quero dizer que você deva abandonar todas as coisas. Essa não é a questão. Use todas as coisas, mas não pense em termos de posse. Use a casa, mas não seja o proprietário. Use a riqueza, mas não seja o dono dela. Use o mundo todo, mas não pense que você o possui. Você é apenas um viajante de passagem. Quando cansado, você descansa sob uma árvore. Mas você não possui a árvore. E se você não a possuir, sentirá uma profunda gratidão pela árvore. Ao anoitecer, quando estiver de partida, você a agradecerá. Sentir-se-á agradecido porque, quando estava cansado e a estrada estava quente, a árvore deu-lhe abrigo; a árvore estava fresca. Mas não procure possuir a árvore, pois assim, você não se sentirá agradecido.

Quando você possui, não sente gratidão. Não possua a sua esposa, não possua o seu marido. Quando estiver cansado, sua esposa lhe dará amor. Sinta-se grato.

E se você não possuir a sua esposa, não será possuído por ela. O relacionamento só acontece quando não há posse. Se há posse, há sempre conflito. Maridos e esposas estão sempre brigando; você não encontrará inimigos mais profundamente envolvidos. Eles são inimigos íntimos; vivem juntos apenas para brigar um com o outro. Todo o relacionamento fica envenenado porque o marido tenta possuir a esposa e a esposa tenta possuir o marido, mas ninguém pode possuir ninguém; a posse é impossível. Você pode apenas possuir a si mesmo; somente isso é possível, tudo o mais é impossível. Mas quando se tenta possuir e fazer o impossível, tudo vai mal; o relacionamento fica envenenado. A vida torna-se uma miséria.

Deseje, acima de tudo, posses.

Mas essas posses devem pertencer somente à alma pura e, portanto, serem igualmente possuídas por todas as almas puras, sendo, dessa maneira, propriedade especial do todo, apenas quando unido. Deseje essas posses que podem ser possuídas pela alma pura, e você acumulará riqueza para aquele espírito unido de vida que é o seu único eu verdadeiro.

OSHO

sábado, 18 de janeiro de 2014

SEGUNDO LAO TZU, O BEM E O MAL SÃO COMO NOITE E O DIA E UMA VEZ QUE A EXISTÊNCIA FEZ O HOMEM INDEPENDENTE, ELE PODE FAZER O BEM OU O MAL QUE ELE ESCOLHA. MAS POR QUE É QUE A NATUREZA FAZ MAL? AS ENCHENTES VÊM E PESSOAS INOCENTES SE AFOGAM OU UM INCÊNDIO SURGE E AS PESSOAS SÃO QUEIMADAS ATÉ A MORTE. HÁ TANTAS CATÁSTROFES NATURAIS.

Uma dificuldade é que nós não podemos aceitar o mal, embora ele esteja inevitavelmente lá por algum bem. Quando não há inundações quantidades imensas de trigo nascem nas margens do mesmo rio, o que então? Quando o fogo queima a casa, dizemos: "Por que a natureza faz o mal? " Mas você não sabe que, se as investidas da natureza no fogo para não queimar, o bem que ocorre a partir do calor do fogo também irá parar. E se a natureza para as águas do rio, então é isso. Não haverá bem, não haverá nenhum mal.

Nossa dificuldade é que nos colocamos no centro do universo e consideramos que para ser bom,  qualquer coisa que aconteça tem que ser a nosso favor e que, para ser mal, o que acontece não está a nosso favor. Mas não pensamos que aquilo que é a causa de benefício para nós é causa de malefício também. Se a causa tiver que ser removida então, tanto o mal como o bem que ocorrem através dela vai parar. 

Se os rios não carregam água, não haverá inundações e se o fogo se torna frio, nenhuma casa vai queimar. Mas então você não percebe que, juntamente com isso, toda a vida vai ficar fria? Ambas as coisas acontecem juntas. Portanto, quando aceitamos uma coisa, temos de aceitar o lado desfavorável também. Aquele que não o faz não é sábio, é infantil.

Quando eu me apaixono por alguém eu deveria saber que esse amor pode acabar algum dia. Ele é fadado a acabar porque aquilo que une, separa também. Aquilo que é formado também se desintegra. Quando eu celebro o nascimento de um filho, eu também devo estar pronto para um funeral, porque isso é fadado a acontecer. O que é nascido certamente morrerá. Mas aquele que comemorou o nascimento de seu filho e não guardou a pira funerária em mente será obrigado a bater no peito e chorar quando chegar a hora e chorar com a injustiça da morte. ‘Por que, oh por que, o homem deve morrer? ‘, Ele pergunta . Ele nunca pergunta por que o homem nasce. Aceitamos prontamente nascimento, mas olhamos para a morte como tragédia e dor.

Por que é trágico quando vêm as inundações e as pessoas inocentes morrem? Se o culpado morresse, você não se importaria. Mas quem é culpado - aquele que não lhe deu o seu voto, ou aquele que não frequenta a sua mesquita, igreja ou templo, ou aquele que não lê o Gita, o que não lê a Bíblia? Quem é o culpado? Ou é aquele que bebe, ele é o culpado? E quem é você para decidir qual pessoa deve ter o quê? Quem vai decidir se um pecador é arrastado pelas inundações está tudo bem? Se fizermos uma pesquisa em uma cidade comum para descobrir o número de pecadores, veremos que quase todo mundo é pecador, desde que tomemos a opinião de tantas pessoas quanto possível. Se perguntarmos a todas as pessoas na cidade, nem uma única pessoa vai ficar livre dessa opinião, porque alguns vão chamar alguns de pecadores, enquanto outros vão chamar outros de pecadores. Uma coisa é certa, toda a cidade será julgada a estar cheia de pecadores.

Quem é culpado e quem não é? Quais são os critérios, que padrão de medida você tem? Se for concedido a você encontrar um critério para julgar, mesmo assim, como você pode olhar a morte como o mal? Todo o mal parece ser possível, durante a vida, mas não há mal na morte. Você já viu um homem morto cometendo um pecado? Se houver qualquer mal é na vida. Na morte, não há mal.

Mas o nosso apego à vida é muito grande. Assim, consideramos a morte um acontecimento ruim. Ao fazê-lo, só expressamos nosso apego à vida. Isso prova que queremos viver. A vida é como uma obsessão com nós que queremos viver e nunca morrer. Mesmo que o corpo esteja em decomposição, putrefação, nós queremos viver, mas nunca iremos aceitar a morte. Por quê? Porque nós olhamos a morte como o mal.

O que é mau na morte? Como a morte é pra você? Todas as suas aflições e problemas dizem respeito à vida. Não há nenhuma doença, nenhuma ação legal, nenhum tumulto, nenhum roubo na morte. Estas são as ondas da vida. A morte é a tranquilidade suprema. Então, por que temer a morte tanto? E como sabemos que aqueles que morrem têm a perder? Os mortos voltam para nos dizer em quais as dificuldades que eles estão? Talvez pensem que foram os inocentes que foram arrastados pela enxurrada e se perguntam como eles foram escolhidos para merecer tal destino!

É apenas a nossa maneira de ver as coisas. É pura e simplesmente uma questão de nossa visão. Aquele que implanta seu ponto de vista sobre a existência é uma pessoa ignorante, porque a existência não se preocupa com o seu ponto de vista. Quando você começa a tomar decisões sobre o oceano em que você está e você é apenas uma pequena onda, você está sendo tolo. Uma pessoa sábia é aquela que não toma qualquer decisão sobre a existência. Ela vive sem resoluções, sem decisões, sem quaisquer atitudes. Quando há morte, ela olha para a morte, quando há vida, ela olha para a vida. Ela sabe que a morte é um mistério e assim é a vida e nada é decisivo.

E porque nada é decisivo,  a existência é um mistério. O que é bom? O que é mau? Não é tão fácil como pensamos e dizemos. Quando tomamos nossas decisões, só traímos a nossa ignorância. Mesmo em pequenas coisas que pela primeira vez damos o nosso julgamento: isso é bom, isso é mau. O que é bom e o que é mau nunca foi decidido e nunca será. Isso não significa que você deve fazer qualquer coisa e como lhe aprouver. Isso não significa que você deve ir e matar algumas pessoas, porque é não decisivo se este ato é bom ou mau. Isso não é o que estou dizendo.

Se esse entendimento vai fundo dentro de você e você desenvolve a atitude de que ‘eu não sou juiz ‘ é impossível para você cometer um crime. Matar só é possível se nós decidimos que determinada pessoa é má e não está apta para viver. Portanto, quanto mais maligna nós consideramos que uma pessoa é, mais fácil se torna matá-la. É por isso que os tribunais acham que é muito fácil dar uma sentença de morte. Os tribunais reúnem todas as evidências a favor e contra a pessoa e tomam uma decisão.

Nenhum assassino mata tão facilmente como um magistrado. Agora está claro para o magistrado que este homem deve morrer, mas Deus, o criador ainda o mantinha vivo, ele ainda não tomou nenhuma decisão sobre ele. O magistrado usa um manto negro e reúne algumas pessoas ignorantes como ele em torno de si e eles se reúnem e dão uma sentença contra este homem. Qual foi o seu crime? Talvez ele tenha matado um homem. Agora isso é ótimo! Este homem matou alguém, então ele é um homem mau. E, por isso, decidimos matá-lo! Os tribunais dão sentenças de morte muito facilmente, porque a lei tem um grande poder em suas mãos. O magistrado dá a ordem, vai para casa e dorme tranquilo. Ele de modo algum se considera responsável pela morte deste homem.

Na ausência de responsabilidade o homem tende a ser irresponsável. E irresponsabilidade é o maior desastre. Um juiz é uma pessoa absolutamente irresponsável. Ele examina os seus livros, ele ouve declarações, ele examina as testemunhas e chega a seu julgamento: este homem deve morrer! Ele se mantém absolutamente distante de todo o acontecimento. Ele se considera apenas o meio da justiça e da lei - a lei está toda escrita nos livros. Assim, ele está livre para ir para casa e desfrutar de sua noite. Ele irá sintonizar seu rádio, sua TV ou jogar cartas, ou chamar os amigos para jantar e dormir feliz com sua esposa. Ele não está de forma alguma preocupado com a vida deste homem e de nenhuma maneira se mantém responsável por sua morte.

Voltaire diz: "Quando um homem comete um pecado com o firme propósito de fazer o bem  é o maior pecado que ele pode cometer. ‘Então, se você quer fazer o mal, você só tem de se apossar de alguma razão moral concreta para fazê-lo e, em seguida, você pode praticar o seu ato, sem qualquer escrúpulo de sua consciência. Todas as batalhas da vida são travadas sobre este princípio, toda a política no mundo trabalha nessa fórmula. Primeiro você tem que provar que o que você vai fazer não é ruim, não é errado. Então é fácil começar a batalha . Uma vez que você começa, o adversário também sente que é o dever moral dele te matar.

Mas eu vos digo que um homem religioso nunca toma uma decisão. Ele diz: ‘Estamos desamparados, estamos mergulhados na ignorância. O mundo é tão gigantesco, tão vasto, como é que podemos decidir o que é bom e o que é mau?’Ele nunca , nunca toma uma decisão. Tal homem alcança a uma santidade profundamente grande. Tal homem nunca condena, nunca elogia .

‘Tal pessoa’, Lao Tzu diz: ‘se torna um filho verdadeiro, tão doce quanto ele é suave. Ele se torna ingênuo como uma criança. ‘


Osho, O Caminho do Tao , Vol. 2 , Ch 7

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Amado Osho, 
Nós temos algumas perguntas sobre energia feminina. Algumas mulheres dizem que desde que encontraram com você, mesmo que seus desejos físicos tenham continuado, um homem mortal passou a não ser mais satisfatório para elas. Outras mulheres dizem que desde que encontraram você, se sentem mais amorosas. Relata-se que Gurdjieff havia dito que uma mulher não pode alcançar a iluminação exceto através do homem.
Você poderia nos falar sobre energia feminina? 
Sim, Gurdjieff disse que uma mulher não pode alcançar a iluminação exceto através de um homem – e ele está certo. Ele está certo porque a energia feminina difere da energia masculina. É como alguém dizer que só uma mulher pode dar à luz a uma criança. Um homem não pode dar à luz a uma criança. A estrutura física da mulher carrega um ventre, a estrutura física de um homem é sem útero – ele pode ter um filho somente através de uma mulher. E o mesmo em ordem inversa acontece no nascimento espiritual: a mulher pode ficar iluminada somente através de um homem. Sua energia espiritual é diferente também, assim como a sua parte física. Por quê? Por que isso acontece? 
Lembre-se, esta não é uma questão de igualdade ou de desigualdade – esta é uma questão de diferenças. 
Mulheres não são menores do que os homens porque elas não podem atingir diretamente a iluminação; o homem não é inferior a mulher, porque ele não pode dar à luz uma criança diretamente. Eles são diferentes. Não há dúvida de igualdade ou desigualdade, não é uma questão de avaliação. Eles são simplesmente diferentes, e isso é um fato. 
Porque é difícil para a mulher atingir a iluminação diretamente? E por que para o homem é que é possível atingir a iluminação diretamente?
Há duas maneiras, basicamente apenas duas maneiras que levam à iluminação. Uma delas é a meditação e a outra é o amor. Você pode chamá-los Gyana Yoga e Bhakti Yoga – o caminho da sabedoria e o caminho da devoção. As formas básicas são apenas duas.
O amor precisa do outro, a meditação pode ser feita sozinho. O homem pode alcançar através da meditação – e é por isso que ele pode alcançar diretamente. Ele pode estar sozinho. No fundo, ele está sozinho. Solidão vem naturalmente para o homem. Para uma mulher estar sozinha é difícil, muito difícil, quase impossível. Todo o seu ser é um desejo profundo de amor, e por amor, o outro é necessário. Como você pode amar, se o outro não está lá? Você pode meditar se o outro não está lá – não há nenhum problema.
As mulheres; a energia feminina, atinge o estado meditativo através do amor e a energia masculina atinge o amor através da meditação. Um Buda torna-se uma grande força amorosa – mas através da meditação. Quando Buda voltou para o seu palácio, sua esposa estava muito incomodada, naturalmente, porque há doze anos ele não havia mostrado o seu rosto. Uma noite, ele tinha simplesmente desaparecido, sem dizer nada a ela. Enquanto ela dormia, ele escapou como um covarde. 
A esposa de Buda, Yashodhara, lhe teria permitido ir embora. Ela era uma mulher corajosa. Se Buda tivesse lhe pedido, ela lhe teria permitido, não teria havido nenhum problema com isso, mas Buda não pediria. Ele estava com medo que alguma coisa pudesse dar errado, ela poderia começar a chorar, lamentar ou algo assim. 
Mas o medo não foi por causa dela – o medo era no fundo de si mesmo. Ele estava com medo de que seria difícil para ele deixar Yashodhara chorando. O medo é sempre de si mesmo. Seria muito cruel e ele não podia ser tão cruel, por isso era melhor fugir enquanto sua esposa estava dormindo. Então, ele fugiu, e depois de 12 anos voltou. 
Quando voltou, Yashodhara lhe perguntou muitas coisas. Uma das coisas foi: Diga-me, tudo o que você alcançou lá, você não poderia ter alcançado aqui, vivendo comigo? Agora que você já atingiu você pode me dizer. 
Diz-se que Buda permaneceu em silêncio. Mas eu respondo: Buda não poderia ter atingido, porque um homem profundamente apaixonado… e ele estava profundamente apaixonado por Yashodhara, era uma relação muito íntima. Se não tivesse havido nenhuma relação com Yashodhara, se ela tivesse sido simplesmente uma esposa hindu, onde não há amor no relacionamento, então Buda poderia ter despertado até mesmo vivendo com ela. Então, realmente não haveria nenhum problema. Quando o outro está lá na periferia, quando não estão relacionados. Se você não estiver relacionado, o outro não existe – apenas uma presença física se movendo nas beiradas.
Mas Buda estava em profundo amor. E é difícil para um homem alcançar a meditação quando ele está em amor – este é o problema. Muito difícil, porque quando ele está apaixonado, quando ele se senta em silêncio, o outro surge na mente, todo o seu ser começa a se mover em torno do outro. Esse era o medo, é por isso que Buda escapou. 
Ninguém falou sobre isso antes, mas Buda escapou daquela casa, da esposa, do filho, porque ele realmente os amava. E se você ama uma pessoa, então quando você estiver ocupado você pode esquecê-la, mas quando você está desocupado o outro virá à memória imediatamente, e então não há espaço para o divino entrar. Quando você está ocupado, trabalhando em uma loja, ou…. Buda estava em seu trono cuidando dos assuntos do reino, então ele estava bem – ele poderia esquecer Yashodhara. Mas sempre que ele não estava ocupado, havia Yashodhara – a lacuna foi preenchida por Yashodhara e não havia passagem para o divino entrar.
O homem não pode alcançar o divino através do amor. Toda a sua energia é totalmente diferente da energia feminina. 
Primeiro, ele deve atingir a meditação – então o amor acontece para ele. Então não há problema. Primeiro, ele deve chegar ao divino, então a pessoa amada também se torna divina.
 
Após doze anos, Buda volta. Agora não há nenhum problema, agora em Yashodhara há Deus.
Antes, Yashodhara era demais, e foi difícil encontrar a Deus. Agora, o Deus está totalmente lá, não há espaço para Yashodhara. Para uma mulher acontece totalmente o oposto. Ela não consegue meditar, porque todo o seu ser é um impulso em direção ao outro. Ela não pode ficar sozinha. Sempre que ela está sozinha, ela está na miséria. Então, se você diz: Estar sozinho é bem-aventurança, ficar sozinho é um êxtase – uma mulher não pode compreendê-lo. Esta ênfase na solidão existe em todo o mundo por causa de muitos candidatos que são homens – um Buda, um Mahavira, um Jesus, um Maomé. Todos eles entraram em solidão, e eles só despertaram em solidão. Eles criaram o ambiente.

Uma mulher, sempre que sozinha, sente angústia. Se houver um amante, mesmo em sua mente, ela está feliz. Se alguém te ama, se alguém é amado – se o amor existe em torno de uma mulher, que se nutra dela. É um alimento sutil. Sempre que uma mulher sente que o amor não existe, ela simplesmente passa fome, sufocando, sendo que o todo se encolhe. Então, uma mulher nunca pensa que pode ser feliz na solidão. 
Esta energia feminina criou o caminho do amor e da devoção. Mesmo um amante divino a terá – não há necessidade de encontrar um amante físico. Krishna realizará para Meera, não há problema, porque para Meera o outro existe. Ele poderá nem  estar lá, Krishna pode ser apenas um mito, mas para Meera ele é, o outro existe – e, em seguida, Meera estará feliz. Ela poderá dançar, ela poderá cantar, e ela se nutrirá. 
No cerne da ideia, na imensa noção e sentimento que o outro existe e o amor existe, leva a mulher a se sentir preenchida, realizada.  Ela estará  feliz, viva. Só com este amor ela chegará a um ponto em que a amante e o amado se torna um. Em seguida, a meditação acontecerá. Para a energia feminina, a meditação acontece apenas na incorporação mais profunda do amor. Então, ela pode estar sozinha, então não há problema – assim ela nunca estará sozinha – o amado se fundiu com ela, agora ele está dentro dela. 
Meera, Radha ou Teresa, todas elas alcançaram a iluminação através de um amante – Krishna, Jesus. 
Meu sentimento é, que sempre que um buscador do sexo masculino vem a mim, ele está interessado em meditação, e sempre que um buscador do sexo feminino vem a mim ela está interessada em amor. Ela pode se tornar interessada ​em meditação se eu digo que o amor vai acontecer com ela. Mas seu desejo profundo é o amor. O amor é Deus para uma mulher
 
Essa diferença tem que ser entendida; compreendida profundamente, pois tudo depende disso – e Gurdjieff está certo. Energia feminina busca o amor, e através do amor florescerá o estado meditativo, o samadhi. Satori virá, mas, no fundo, nas raízes será amor e satori será a flor. Para a energia masculina, satori estará nas raízes, samadhi estará nas raízes, a meditação estará nas raízes, e então o amor florescerá. Mas o amor será uma floração. 
Quando os buscadores do sexo feminino vem a mim…isto está fadado a acontecer: elas vão sentir mais amor, e então, um parceiro físico será menos satisfatório. Sempre que há um profundo amor, um parceiro físico será insatisfatório, pois o parceiro físico pode cumprir apenas na periferia, ele não pode cumprir no âmago. 
É por isso que, nos países antigos, como a Índia, que nunca permitiu o amor – nós permitimos que os casamentos sejam  arranjados. Uma vez que o amor é permitido, o parceiro físico vai ser insatisfatório, mais cedo ou mais tarde, e em seguida, haverá frustração. 
Agora, todo o Ocidente está perturbado. Desta forma não haverá se quer satisfação. Uma vez que você permite o amor, um homem comum não pode cumpri-lo. Ele pode cumprir com sexo, ele pode cumprir o lado superficial, mas ele não pode cumprir na profundidade. Uma vez que a profundidade esteja funcionando, depois de te-lá perturbado, somente Deus pode satisfazê-la, ninguém mais. Então, quando os buscadores do sexo feminino vem a mim, sua profundidade fica em choque. Elas começam a sentir um novo impulso, um novo amor surgindo. 
Agora seus maridos, seus namorados ou seus parceiros não serão capazes de satisfazê-las.  A partir disto só podem ser satisfeitas por uma elevada qualidade de ser. Isto está fadado a acontecer assim.  Desta forma, seu namorado ou seu marido, tem de se tornar mais meditativo, criar maiores qualidades de ser … só então o encontro será gratificante. Caso contrário, o relacionamento vai se romper, a ponte não permanecerá, você terá que encontrar um novo amigo. E se não for possível encontrar um novo amigo – como teve que acontecer com  Meera – então você terá que amar o divino e esquecer o contato físico não será mais para você. 
O mesmo acontece com os buscadores do sexo masculino, mas de uma forma diferente. Quando eles vêm até amim, eles se tornam mais meditativos. Quando eles se tornam mais meditativos, a ponte entre os velhos parceiros é quebrada, torna-se instável. Agora, sua namorada ou sua esposa tem que crescer, caso contrário, a relação fica trincada, não pode ser mantida. 
Lembre-se disso, todos os nossos chamados relacionamentos, são ajustes. Se um muda, o ajuste está quebrado – para melhor ou para o pior, e este não é o ponto. As pessoas vêm a mim e dizem: Se a meditação traz qualidades superiores, então por que o relacionamento é quebrado? Essa não é a questão. A relação foi um ajuste entre duas pessoas como eles eram. Agora, uma mudou, a outra tem que crescer, caso contrário haverão problemas e as coisas se tornarão falsas.
Sempre que um homem está aqui, ele se torna mais meditativo. Quanto mais meditativo ele está, mais ele quer ficar sozinho. A esposa, a amada, ficará perturbada com isto. Se ela não estiver entendendo, então ela vai começar a criar problemas – este homem quer estar mais sozinho. Se ela tem o entendimento, então não há problema, mas essa compreensão só pode vir a ela se seu amor crescer. Se ela se sente mais amorosa, então ela pode permitir que este amigo esteja solitário, sozinho, e ela vai proteger a sua solidão. Ela vai tentar ver que não é perturbada – este será o seu amor agora. E se esse homem se sente … se Buda sente que Yashodhara está o protegendo, cuidando, vendo com carinho, que sua meditação não é perturbada, que o silêncio é ajudado, então não há necessidade de escapar desta Yashodhara. Mas isso só acontece se o amor de Yashodhara crescer. Quando a meditação de um homem está crescendo, o amor de uma mulher deve crescer. Só então eles podem manter o ritmo, e surgirá uma harmonia maior e assim continuará a crescer mais e mais. 
Chega um momento em que o homem está totalmente em meditação e a mulher está  totalmente amando

– só então o encontro é perfeito, apenas o real, o orgasmo supremo entre duas pessoas. Não física, não sexual – Total! Duas existências de encontro em si, se dissolvendo. Em seguida, a amante torna-se a porta, o amado torna-se a porta, e ambos se tornam um. Assim, todo aquele que vem a mim, deve vir perfeitamente consciente de que é perigoso ficar perto de mim. Seus arranjos antigos serão perturbados – e eu não posso ajudá-los. Eu não estou aqui para ajudar os seus ajustes. Isto você deve decidir. Eu posso ajudá-lo a crescer – crescer em meditação, crescer no amor. Para mim, ambas as palavras significam a mesma coisa, porque elas convergem para o mesmo fim.
Osho – trecho do livro Meu Caminho,O Caminho das Nuvens Brancas