terça-feira, 5 de novembro de 2013

Família do Osho

VISÃO DO OSHO

"As Famílias Estão Obsoletas

NOVAS FORMAS de coletividades terão que acontecer. Eu também não gostaria de chamá-las de 'sociedades' apenas para evitar a confusão de palavras. Chamo a nova coletividade de 'comuna'. A palavra é significante. Significa: onde as pessoas não estão apenas vivendo juntas, mas onde elas estão em profunda comunhão.

Viver em ajuntamentos é uma coisa - estamos fazendo isso. Toda cidade, todo mundo, milhares de pessoas estão vivendo juntas - mas que ajuntamento é esse? As pessoas não conhecem nem mesmo seus vizinhos. Elas moram no mesmo edifício, milhares de pessoas vivem juntas e elas nunca chegam a conhecer que estão vivendo na mesma casa. Isso não é comuna, porque não há comunhão. É simplesmente uma multidão, não um lugar de vida em comum. Assim, eu gostaria de substituir a palavra "sociedade" pela palavra 'comuna'.

A sociedade subsistiu com certos princípios básicos. Vocês terão que removê-los, do contrário a sociedade não desaparecerá. A primeira e mais importante unidade da sociedade tem sido a família. Se a família permanecer do jeito que é agora, então a sociedade não pode desaparecer, então as religiões não podem desaparecer. Então não podemos criar um mundo, uma humanidade.

A família é a causa raiz de milhões de males; é o tijolo básico dos quais as nações são feitas, as raças são feitas, as religiões organizadas são feitas.

E a família destruiu a alegria do homem e da mulher de toda a humanidade

Hoje no ocidente, um terço dos casamentos acabam em divórcio com todas as horríveis batalhas legais sobre os filhos e sobre os bens. A maioria de todos os assassinatos e crimes violentos do mundo acontece dentro de casa, entre os membros da família.

A estrutura básica da família é de possessividade: o marido possui a esposa e ambos possuem os filhos e quando você possui um ser humano você tira toda a sua dignidade, sua liberdade, sua própria humanidade. Você tirou tudo que é belo e você deu a ele(a) somente algemas, talvez feitas de ouro - lindas gaiolas em lugar de suas asas - mas estas gaiolas douradas não podem dar a ele(a) o céu e a liberdade divina do universo.

A família tenta desconectar você de toda a sociedade, assim como a nação separa você de outras nações; é a mesma estratégia de divisão.

Quando a família desaparecer, muitos dos males psicológicos desaparecerão, muito da insanidade política desaparecerá

Então a primeira coisa é: uma comuna modelo não terá famílias.

A implicação é clara. Não haverá mais casamentos.

Ao amor, pela primeira vez, deve ser dado o respeito que lhe é devido por séculos. O amor deveria ser a única lei entre dois seres humanos. Se eles decidem viver juntos, apenas a alegria deveria ser sua força de união. E lembre-se, como tudo que é real, o amor também muda. Somente coisas irreais, coisas plásticas, não mudam.

Casamento é permanente, mas ele ganha permanência matando o amor.

É no túmulo do amor que o casamento constrói sua casa. Naturalmente que isso traz apenas agonia, angústia, sofrimento, escravidão e uma destruição total da espiritualidade humana.

Uma comuna modelo será uma comunhão, uma reunião de espíritos livres.

As crianças pertenceriam à comuna, não aos pais. Os pais já fizeram bastante mal; não lhes seria mais permitido corromper seus filhos - embora suas intenções sejam boas. Mas o que fazer com suas boas intenções? Os resultados são todos feios.

Eles as ensinam a serem competitivas e competição traz ciúme. Eles as ensinam tornar-se alguém no mundo, a 'fazer um nome' para eles mesmos. Isso torna a vida uma luta, não um regozijo, mas uma luta continua - tão destrutiva que tira toda sua alegria, todo seu suco, todas as flores, deixando somente esqueletos lutando pelo poder, por dinheiro, por posição. A vida se torna um campo de batalha.

Toda a culpa é dos pais. Eles viveram como seres ambiciosos, eles destruíram a si próprios. Agora eles continuam dando para seus filhos, como uma herança; seus desejos insatisfeitos, suas ambições incompletas. Dessa maneira os males vão passando de uma geração para a outra.

Temos que proteger as crianças do passado.

A única maneira é que elas pertençam à comuna. As crianças não deveriam viver com seus pais, mas em hospedarias da comuna, assim os pais não poderiam envenenar suas mentes. Os pais podem encontrá-las e passar fins de semana com elas, mas basicamente elas irão crescer independentemente. E a comuna teria o cuidado de que não haveria a questão de qualquer ideologia religiosa ou política ou de nacionalidade, raça, casta - todas essas coisas que dividem. Esta é a única forma de romper com o passado. Ajudará tremendamente se as crianças puderem ver as coisas com uma luz diferente.

E ter um pai e uma mãe é psicologicamente perigoso porque se a criança for um menino, ele começa a imitar o pai; se a criança for uma menina, ela começa a imitar a mãe - e surgem grandes problemas psicológicos.

O pai e a mãe deveriam ceder e os tios e as tias tomariam o lugar deles. Haveria tantos tios e tantas tias...talvez a mãe poderia ser a tia chefe e o pai o tio chefe, mas não mais que isso.

É bom que a família esteja desaparecendo

Se as crianças estiverem nas mãos da comuna - Eu já experimentei e achei isso imensamente positivo - as crianças são muito mais felizes, porque elas são muito mais livres. Nenhum condicionamento é estampado nelas. Elas amadurecem mais cedo porque ninguém está tentando torná-las dependentes, assim elas se tornam independentes. Ninguém está tentando tirá-las de seu caminho para ajudá-las, dessa forma elas têm que aprender como ajudar a si próprias. Isto traz maturidade, clareza, um certo vigor.

E com a família desaparecendo, as nações desaparecerão, porque a família é a unidade da nação.

Assim, estou tremendamente feliz quando vejo a família desaparecendo porque sei que atrás dela irá à nação. Com ela irão as assim chamadas religiões porque é a família que impõe religião, nacionalidade e todo tipo de coisas sobre você. Quando a família se for, quem vai forçar o cristianismo sobre você, o Hinduísmo sobre você?

Agora mesmo todos são forçados a ser de acordo com a ideia dos outros.

Isso causa miséria e grande angústia e tira toda alegria e satisfação da vida. Cada um deveria ser ele mesmo e contribuir para a vida cada um à sua maneira, criando música ou criando pinturas, escrevendo poesias, produzindo melhores frutas, melhores safras, construindo melhores estradas. A Cada um deveria ser permitido ter seu próprio potencial efetivado.

Uma comuna modelo dará dignidade para todo indivíduo.

Uma nova comuna criará tanta inteligência quanto possível e permitirá as pessoas crescerem inteligentemente, a buscar e procurar sua verdade porque é assim que a gente se torna mais inteligente.

Buscando e procurando, a inteligência fica aguçada como uma espada.

O homem tem vivido não inteligentemente por que todas as religiões do mundo têm enfatizado somente uma coisa: crença. E crença é veneno para a inteligência.

Eles tem enfatizado apenas uma coisa: fé. E fé é contra todo crescimento.

O novo homem que concebo não terá nenhum sistema de crença e não terá nenhuma fé.

Ele será um buscador, um investigador; sua vida será a vida de tremendas descobertas, descobertas no mundo exterior e descobertas também no mundo interior.

Quero que cada ser humano seja um descobridor: Um Galileu, um Copérnico, um Colombo no mundo exterior; e um Gautama Buda, um Zaratustra, um Chuang Tsu no mundo interior. Todo meu esforço está concentrado numa coisa: criar um novo homem como "Zorba o Buda."

Numa comuna modelo todos terão ambas as qualidades, as qualidades de Zorba e as qualidades de Buda - tremendamente interessado no mundo externo e da mesma forma, apaixonado pela busca interna. No dia que você for ambos juntos, você se torna o novo homem e o novo homem será o salvador da humanidade.

Uma comuna deveria ser uma reunião de buscadores, de amantes, de amigos, de pessoas criativas em todas as dimensões da vida. Podemos criar um paraíso aqui, na terra.


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