"Melhor do que uma centena de anos de maldade é um dia passado em contemplação. Contemplação não é a palavra certa, mas esse é um problema, como traduzir um ‘insight’ do oriente em línguas ocidentais. Contemplação significa pensar sobre um assunto concentradamente. Não é isso que Buda quer dizer quando ele usa a palavra dhyana. Dhyana significa um estado de não-mente, um estado de não-pensamento, que é exatamente o oposto da contemplação. Contemplação não pode ser a palavra certa para traduzi-lo. Mas eu posso entender o problema, a dificuldade dos tradutores - não há outras palavras. Dhyana é uma daquelas palavras que não podem ser traduzidas.
Foi muito inteligente da parte desses tradutores chineses que deixaram a palavra inalterada. Dhyana tornou-se Ch'an na China, pois eles nunca a traduziram. Ficou um pouco diferente porque dhyana é sânscrito. Buda não a utilizou em sânscrito, mas uma língua local de Bihar, Pali. Em Pali Dhyana é Jhan, em chinês tornou-se ch'an, deixada sem tradução porque os tradutores chineses entenderam que não poderia ser traduzida, melhor descrevê-la, em vez de traduzi-la. E assim aconteceu no Japão: quando atingiu o Japão, ch'an se tornou Zen; Jhan primeiro e depois Ch'an e então Zen - mas foi deixada sem tradução.
Dhyana não é contemplação; contemplação é a mais pura forma de pensar. Dhyana vai além do pensamento, além do mais puro mesmo, chegando a um estado em que todo pensamento cessa. Você está totalmente consciente, mas não há conteúdo para a sua consciência.
Buda diz: Melhor do que cem anos de maldade é um dia passado em contemplação. Apenas um dia é suficiente, se uma pessoa pode permanecer em Dhyana por vinte e quatro horas é o suficiente - ele vai se tornar um buda. Mas é muito difícil permanecer 24 horas em Dhyana."
Osho
O Dhammapada: O Caminho do Buda, Vol. 4 Capítulo 1
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"Better than a hundred years of mischief is one day spent in contemplation. Contemplation is not the right word; but that is a problem, how to translate Eastern insight into Western languages. Contemplation means thinking of one subject concentratedly. That is not what Buddha means when he uses the word dhyana. Dhyana means a state of no-mind, a state of no-thought; it is just the opposite of contemplation. Contemplation cannot be the right word to translate it. But I can understand the problem, the difficulty of the translators – there are no other words. Dhyana is one of those words which cannot be translated.
It was very intelligent of Chinese translators that they left the word unchanged. Dhyana became ch’an in China; they never translated it. It took a little different form because dhyana is Sanskrit. Buddha used not Sanskrit but a local language of Bihar, Pali. In Pali dhyana is jhan; in Chinese it became ch’an, left untranslated because Chinese translators came to understand that it cannot be translated; better to describe it rather than translate it. And so it happened in Japan: when it reached Japan, ch’an became Zen; first jhan and then ch’an and then Zen – but it was left untranslated.
Dhyana is not contemplation; contemplation is the purest form of thinking. Dhyana is going beyond thought, beyond the purest even, coming to a state where all thought ceases. You are utterly conscious, but there is no content to your consciousness.
Buddha says: Better than a hundred years of mischief is one day spent in contemplation. Just one day is enough; if a person can remain in dhyana for twenty-four hours that’s enough – he will become a buddha. But it is immensely difficult to remain twenty-four hours in dhyana."
Osho
The Dhammapada: The Way of the Buddha, Vol. 4 Chapter 1
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