quarta-feira, 20 de julho de 2011

Osho The Search e Osho Festival Internacional no Brasil

Estamos na India, mas quem ganha é você - Em Agosto The Search (Um processo de transformação zen) em Extrema e em Setembro Osho Festival Internacional na Chapada dos Veadeiros, tudo isso no Brasil - Mergulhe conosco. 
Para saber mais e se inscrever, envie-nos um e-mail: info@oshobrasil.com 
 Estes trabalhos realmente modificam você, não tenha medo, expanda, crie, deixe que sua vida flua com mais abundância. Permita-se a uma verdadeira metamorfose...
 

Lembre-se de que você é a fonte - Osho

Alguém insultou você — a raiva irrompe de repente e você fervilha de raiva. A raiva está fluindo na direção da pessoa que o insultou. Agora você projetará toda essa raiva sobre o outro.

Ele não fez nada. Se insultou você, o que ele fez de fato? Só lhe deu uma alfinetada, ajudou a sua raiva a aflorar — mas a raiva é sua.

O outro não é a fonte; a fonte está sempre dentro de você. O outro está atingindo a fonte, mas, se não houvesse raiva dentro de você, ela não poderia aflorar. Se você bater num buda, só provocará compaixão, porque só existe compaixão dentro dele. A raiva não vai aflorar porque não existe raiva.

Se você jogar um balde num poço vazio, ele voltará vazio. Se jogar um balde num poço cheio de água, ele sairá de lá cheio de água, mas a água será do poço. O balde só a ajudou a vir para fora.

Portanto, a pessoa que o insultou só está jogando um balde em você, e ele sairá de lá cheio de raiva, do ódio ou do fogo que existe em você. Você é a fonte, lembre-se.

Para praticar esta técnica, lembre-se de que você é a fonte de tudo o que projeta sobre os outros. E sempre que sentir uma disposição a favor ou contra, no mesmo instante volte-se para si e busque a fonte de onde o ódio está partindo.

Fique centrado ali; não dê atenção ao objeto. Alguém lhe deu a chance de tomar consciência da sua própria raiva; agradeça-o imediatamente e esqueça-o. Feche os olhos, volte-se para dentro e agora olhe a fonte de onde esse amor ou essa raiva está vindo.

De onde ela vem? Vá para dentro de si mesmo, volte-se para dentro. Você descobrirá ali a fonte, pois a raiva está vindo dali.

O ódio, o amor ou seja o que for, tudo vem da sua fonte. E é fácil encontrar a fonte quando você está com raiva, ou sentindo amor, ou cheio de ódio, porque nesse momento você está quente. É fácil voltar-se para dentro nessa hora.

A fiação está quente e você pode senti-la dentro de você e se guiar pelo calor. E, quando atingir um ponto frio interior, descobrirá de repente uma outra dimensão, um mundo diferente abrindo-se para você. Use a raiva, use o ódio, use o amor para mergulhar em si mesmo.

Um dos maiores mestres zen, Lin Chi, costumava dizer: "Quando eu era jovem, adorava andar de barco. Eu tinha um barquinho e remava sozinho num lago. Eu ficava ali durante horas.

"Uma vez, eu estava no meu barco, de olhos fechados, meditando, numa noite esplêndida. Então um outro barco veio flutuando, trazido pela corrente, e bateu no meu. Meus olhos estavam fechados, então eu pensei. 'Alguém bateu o barco no meu'. Enchi-me de raiva.

"Abri os olhos e estava a ponto de vociferar algo para o homem, quando percebi que o barco estava vazio! Então não havia onde descarregar a minha raiva. Em quem eu iria extravasá-la? O barco estava vazio, à deriva no lago e tinha colidido com o meu. Então não havia nada a fazer. Não havia possibilidade de projetar a raiva num barco vazio."

Então Lin Chi continuou: "Eu fechei os olhos. A raiva estava ali. Mas não sabia como extravasar. Eu fechei os olhos simplesmente e flutuei de volta com a raiva. E esse barco vazio tornou-se a minha descoberta. Eu atingi um ponto dentro de mim naquela noite silenciosa. Esse barco vazio foi meu mestre. E, se agora alguém vem me insultar, eu rio e digo: 'Esse barco também está vazio'. Fecho os olhos e mergulho dentro de mim".

Osho, em "Saúde Emocional: Transforme o Medo, a Raiva e o Ciúme em Energia Criativa"
Todas as citações de Osho © OSHO International Foundation
OSHO ® é marca registrada da OSHO International Foundation.

sábado, 16 de julho de 2011

Ame a si mesmo e observe - Osho

Perguntaram a Osho:

Você pode falar alguma coisa sobre essas belas palavras de Buda:
“Ame a si mesmo e observe – hoje, amanhã, sempre”?
”Ame a si mesmo”...

O amor é o alimento da alma. Assim como a comida é para o corpo, o amor é para a alma. Sem comida o corpo enfraquece, sem amor a alma enfraquece. E nenhum estado, nenhuma igreja e nenhum interesse investido jamais quiseram que as pessoas tivessem almas fortes porque uma pessoa com energia espiritual está fadada a ser rebelde.

O amor lhe faz rebelde, revolucionário. O amor lhe dá asas para voar alto. O amor lhe dá insight nas coisas, assim ninguém pode lhe enganar, lhe explorar, lhe oprimir. E os padres e os políticos só sobrevivem com o seu sangue – eles só sobrevivem na exploração. Eles são parasitas, todos os sacerdotes e todos os políticos.

Para lhe tornar espiritualmente fraco eles descobriram um método seguro, cem por cento garantido, e esse é ensinar a você a não amar a si mesmo – porque se um homem não pode amar a si mesmo ele também não pode amar mais ninguém. O ensinamento é muito ardiloso. Eles dizem: Ame os outros – porque eles sabem que se você não puder amar a si mesmo você não pode amar de maneira nenhuma. Mas eles continuam dizendo: Ame os outros, ame a humanidade, ame a Deus, ame a natureza, ame sua esposa, seu marido, seus filhos e seus pais, mas não ame a si mesmo, porque, segundo eles, amar a si mesmo é egoísta.

Eles condenam o amor-próprio mais do que qualquer outra coisa – e eles fizeram seu ensinamento parecer muito lógico. Eles dizem: Se você amar a si mesmo você se tornará um egoísta, se você amar a si mesmo você se tornará um narcisista. Isso não é verdade. Um homem que ama a si mesmo descobre que não existe nenhum ego nele. É amando os outros sem amar a si próprio, é tentando amar os outros que o ego surge.

O amor nada sabe de dever. Dever é um fardo, uma formalidade. Amor é uma alegria, um compartilhar; o amor é informal. O amante nunca sente que ele fez o bastante; o amante sempre acha que mais é possível. O amante nunca sente, ‘Eu favoreci o outro’. Pelo contrário, ele sente, ‘Devido a que meu amor foi recebido, estou agradecido. O outro me favoreceu por receber meu presente, não o rejeitando’. O homem do dever pensa, ‘Sou mais elevado, espiritual, extraordinário. Vejam como eu sirvo as pessoas’!

Um homem que ama a si mesmo respeita a si mesmo e um homem que ama e respeita a si próprio respeita os outros também, porque ele sabe, ‘Assim como eu sou, os outros também são. Assim como gosto do amor, respeito, dignidade, os outros também gostam’. Ele se torna cônscio de que não somos diferentes, no que diz respeito ao essencial, nós somos um. Estamos debaixo da mesma lei: Aes dhammo sanantano*.

O homem que ama a si mesmo desfruta tanto do amor, se torna tão contente, que o amor começa a transbordar, começa a alcançar os outros. Tem que alcançar! Se você vive o amor, você começa a compartilhá-lo. Você não pode continuar a amar a si mesmo para sempre porque uma coisa ficará absolutamente clara para você: que se amando uma pessoa, você mesmo, é um êxtase tão tremendo e tão belo, tanto mais êxtase está esperando por você se você começar a compartilhar seu amor com muitas pessoas!

Lentamente as ondulações começam a se expandir cada vez mais longe. Você ama outras pessoas; então você começa a amar os animais, os pássaros, as árvores, as pedras. Você pode preencher todo o universo com o seu amor. Um simples indivíduo é suficiente para encher todo o universo com amor, assim como um simples seixo pode encher todo o lago de ondulações – um pequeno seixo.

O homem precisa se tornar um deus. A menos que o homem se torne um deus não poderá haver nenhum preenchimento, nenhum contentamento. Mas como é que você pode se tornar um deus? Seus sacerdotes dizem que você é um pecador. Seus sacerdotes dizem que você está condenado, que você está destinado a ir para o inferno. E eles lhe tornam muito temeroso de amar a si mesmo.

Eis porque as pessoas são tão eficientes em descobrir defeitos. Elas encontram defeitos em si mesmas – como é que elas podem evitar encontrar os mesmos defeitos nos outros? Na verdade, elas irão encontrá-los e irão engrandecê-los, irão torná-los tão grandes quanto possível. Esse parece ser o único meio de defesa; de alguma maneira, para salvar as aparências. Você precisa fazer isso. Eis porque existe tanta crítica e tanta falta de amor.

Digo que esse é um dos mais profundos sutras de Buda, e só uma pessoa desperta pode lhe dar um tal insight.

A pessoa que ama a si própria pode facilmente se tornar meditativa, porque meditação significa estar consigo mesmo.

Se você odeia a si mesmo – como você faz, como foi dito a você para fazer, e você tem seguido isso religiosamente – se você odeia a si próprio, como é que você pode ficar consigo mesmo? A meditação não é outra coisa senão desfrutar de sua bela solitude e celebrar a si próprio. Eis o que é toda a meditação. A meditação não é um relacionamento. O outro não é absolutamente necessário; somos suficientes para nós mesmos. Somos banhados em nossa própria glória, banhados em nossa própria luz. Estamos simplesmente alegres porque estamos vivos, porque somos.

O maior milagre do mundo é que você é e que eu sou. Ser é o maior milagre e a meditação abre as portas desse grande milagre. Mas só o homem que ama a si próprio pode meditar; do contrário você está sempre fugindo de si mesmo, evitando a si mesmo. Quem quer olhar para um rosto feio e quem quer penetrar num ser feio? Quem quer se aprofundar na própria lama, na própria escuridão? Quem vai querer entrar no inferno que pensam que estão? Você quer manter essa coisa toda coberta com lindas flores e você vai querer sempre fugir de si mesmo.

Desse modo as pessoas estão continuamente procurando companhia. Elas não podem ficar consigo mesmas; elas querem estar com os outros. As pessoas estão buscando qualquer tipo de companhia; se elas puderem evitar a companhia de si próprios qualquer coisa servirá. Elas se sentarão numa sala de cinema por três horas vendo alguma coisa totalmente estúpida. Elas irão ler uma novela de detetives por horas, desperdiçando seu tempo. Elas irão ler o mesmo jornal repetidamente apenas para ficarem ocupados. Elas irão jogar baralho e xadrez só para matar o tempo... Como se elas tivessem tempo de sobra!

O amor começa com você mesmo, assim ele pode se espalhar. Ele vai se espalhando a sua própria maneira; você não precisa fazer nada para espalhá-lo.

"Ame a si mesmo...", diz Buda. E então imediatamente ele acrescenta: "... e observe". Isso é meditação, esse é o nome de Buda para a meditação. Mas a primeira condição é amar a si mesmo, e então observe. Se você não amar a si mesmo e começar a observar, você pode se sentir como que cometendo suicídio.

Muitos Budistas se sentem como que cometendo suicídio porque eles não dão atenção à primeira parte do sutra, eles imediatamente saltam para a segunda parte: observe a si mesmo. Na verdade, nunca encontrei um simples comentário sobre o o Dhammapada, esses sutras do Buda, que desse alguma atenção à primeira parte: Ame a si mesmo.

Sócrates diz: Conhece a ti mesmo, Buda diz: Ame a si mesmo. E Buda é muito mais verdadeiro porque a menos que você ame a si próprio você nunca conhecerá a si mesmo – conhecer só vem mais tarde, o amor prepara o terreno. Amar é a possibilidade de conhecer a si mesmo. O amor é a maneira certa de conhecer a si mesmo.

“Ame a si mesmo e observe… hoje, amanhã, sempre”.

Crie energia ao redor de si mesmo. Ame seu corpo e ame sua mente. Ame todo seu mecanismo, todo seu organismo. Por amar significa: aceitar isso como isso é, não tente reprimir. Nós reprimimos somente quando odiamos alguma coisa, reprimimos somente quando somos contra alguma coisa. Não reprima porque se você reprimir como é que você vai observar? Não podemos fitar o inimigo olho no olho; podemos somente olhar nos olhos de nosso amado. Se você não for um amante de si mesmo você não será capaz de olhar nos seus próprios olhos, na sua própria face, na sua própria realidade.

Observar é meditação, o nome de Buda para a meditação. Observe diz Buda. Ele diz: Esteja cônscio, alerta, não fique inconsciente. Não se comporte como que dormindo. Não continue funcionando como uma máquina, como um robô. É assim que as pessoas estão vivendo.

Observe – apenas observe. Buda não diz o que deve ser observado – tudo! Caminhando, observe o seu caminhar. Comendo, observe o seu comer. Tomando banho, observe a água, a água fria caindo sobre você, o toque da água, a frieza, o arrepio que dá na sua espinha – observe tudo, “hoje, amanhã, sempre”.

Finalmente chega o momento quando você pode observar até mesmo seu sono. Esse é o máximo no observar. O corpo vai dormir e ainda fica um observador desperto, olhando silenciosamente o corpo profundamente adormecido. Isso é o máximo da observação. Agora mesmo exatamente o oposto é o caso: seu corpo está desperto, porém você está dormindo. Então você estará desperto e seu corpo estará dormindo. O corpo precisa de descanso, todavia sua consciência não necessita de nenhum sono. Sua consciência é consciência: isso é atenção, essa é sua própria natureza.

Quando você se torna mais alerta você começa a criar asas – então todo o céu lhe pertence. O homem é um encontro da terra com o céu, do corpo e da alma.

Osho, em "The Way of the Buddha: The Dhammapada"

Todas as citações de Osho © OSHO International Foundation
OSHO ® é marca registrada da OSHO International Foundation.



quarta-feira, 13 de julho de 2011

Está chegando a hora - Osho Festival Internacional no Brasil

E cada dia se aproxima mais e mais o dia do Osho Festival Internacional no Brasil, aqui de poona-India, direto do Osho International Meditation Resort, estamos cuidando de todos os detalhes, para que o Brasil possa ter um festival repleto de atividades de meditação, workshops de cura e transformação, dança, natureza bela da Chapada dos Veadeiros e inúmeros outros presentes para o seu crescimento interno. 
Não deixe para a última hora, envie-nos um e-mail para: info@oshobrasil.com e faça a sua inscrição...
 

Seja Espontâneo - Osho

Quando age, você sempre toma por base o passado. Você vive de acordo com as experiências que acumulou, age com base nas conclusões a que chegou no passado — como pode ser espontâneo?

O passado domina e por causa dele você nem sequer consegue ver o presente. Seus olhos estão presos ao passado, a neblina do passado é tão espessa que é impossível enxergar alguma coisa. Você não consegue ver nada! Está quase cego — cego por causa da neblina, cego por causa das conclusões que tirou no passado, cego por causa do conhecimento.

O homem instruído é a criatura mais cega deste mundo. Porque ele vive com base nos conhecimentos que tem, em vez de avaliar as circunstâncias. Ele simplesmente continua vivendo mecanicamente. Aprendeu alguma coisa; isso passa a ser um mecanismo embutido dentro dele e ele age de acordo com isso.

Há aquela história bem conhecida:
Existiam dois templos no Japão, um inimigo do outro, pois sempre existiram templos ao longo das eras. Os sacerdotes desses dois templos eram tão hostis um ao outro que nem sequer se olhavam no rosto. Se se cruzassem nas ruas, simplesmente não se olhavam. Se se cruzassem na rua, paravam de conversar; havia séculos que os sacerdotes desses dois templos não se falavam.
Mas ambos tinham um garotinho — para servi-los, levar recados. Os dois sacerdotes tinham receio de que os garotos, afinal eram só garotos, pudessem ficar amigos.
Um dos sacerdotes disse ao seu menino: — Nunca se esqueça de que o outro templo é nosso inimigo. Nunca fale com o garoto do outro templo. Eles são gente perigosa... fique longe deles. Fuja deles como o diabo da cruz!
O garoto ficou curioso... porque ele já estava cansado de ouvir longos sermões. Não conseguia entendê-los. Os sacerdotes liam escrituras estranhas, ele não compreendia aquela língua; problemas profundos, existenciais, eram discutidos. Não havia ninguém com quem brincar, ninguém com quem conversar. E quando lhe diziam para não falar com o menino do outro templo, uma grande tentação brotava dentro dele. É assim que surge a tentação. Nesse dia ele não conseguiu evitar de falar com o outro menino. Quando o viu na rua, ele perguntou: — Aonde você está indo?
O outro menino era um tanto filosófico; de ouvir grandes filosofias ele ficara filosófico. Respondeu: — Indo? Não há ninguém que venha ou que vá! Isso acontece... para onde quer que o vento me leve... — Ele tinha ouvido o mestre tantas vezes que era assim que vivia um buda, como uma folha morta, seguindo ao sabor do vento. Então o menino disse: — Eu não sou nada! Não existe ninguém que faça algo, então como posso ir a algum lugar? Que bobagem é essa que você está falando? Sou uma folha morta. Vou para onde quer que o vento me leve...
O outro menino encarava-o sem entender nada. Não conseguiu sequer articular uma resposta. Não conseguia encontrar nada para dizer. Estava de fato embaraçado, envergonhado, e pensava: "Meu mestre tinha razão ao aconselhar-me a não falar com essa gente, são gente perigosa. Que conversa é essa? Só perguntei para onde ele ia. Na verdade, eu até já sabia para onde ele estava indo, pois nós dois íamos para o mercado comprar hortaliças. Bastaria dizer isso."
O menino voltou ao templo e contou ao mestre: — Me perdoe. Você me proibiu, mas eu o desobedeci. Na verdade, sua proibição aguçou minha curiosidade. Essa é a primeira vez que converso com aquela gente perigosa. Só fiz uma pergunta: "Aonde você vai?" e ele começou a dizer umas coisas estranhas: "Não existe ir nem vir... Quem vem? Quem vai? Sou o vazio absoluto", ele disse, "sou uma folha morta. E aonde quer que o vento me leve..."
O mestre disse: — Eu disse a você! Agora, amanhã fique no mesmo lugar e, quando ele passar, pergunte a ele novamente: "Aonde está indo?" Quando ele disser essas coisas, você diz simplesmente: "É verdade. Você é uma folha morta, assim como eu. Mas, quando o vento não está soprando, para onde você vai? Aonde pode ir?" Só diga isso, e ele ficará embaraçado, tem de ficar embaraçado, tem de ficar frustrado. Estamos sempre discutindo e essa gente nunca conseguiu nos vencer em nenhum debate. Então amanhã não será diferente!
O garoto acordou cedo, decorou sua resposta, repetiu-a muitas vezes antes de sair. Então ficou esperando no local onde o outro atravessaria a rua, repetindo mentalmente a resposta, ensaiando, até avistar o garoto se aproximando. Então disse: — Agora veremos!
O menino chegou mais perto e o outro perguntou: — Aonde está indo? —, com esperança de que agora ele teria sua chance...
Mas o rapazinho disse: — Aonde quer que as pernas me levem... — Não mencionou nenhum vento, não falou do vazio, nem da questão do não-fazer... E agora, o que ele faria? A resposta que decorara não ia fazer sentido. Não podia falar sobre o vento. Desacorçoado, com vergonha por ser tão burro, ele pensou: "Esse menino de fato sabe umas coisas estranhas. Agora ele disse: 'Aonde quer que minhas pernas me levem.'"
Então ele voltou a procurar o mestre. Este respondeu: — Eu disse para não falar com essa gente! Eles são perigosos! Faz séculos que sabemos disso. Mas agora é preciso fazer alguma coisa. Amanhã, você pergunta novamente: "Aonde está indo?" e, quando ele disser: "Aonde quer que minhas pernas me levem", diga a ele: "Se você não tem pernas, então...?" É preciso fazê-lo calar a boca de um jeito ou de outro.
Então, no dia seguinte, o menino perguntou outra vez onde o outro ia e esperou a resposta.
O outro disse: — Estou indo ao mercado buscar hortaliças.
As pessoas costumam viver com base no passado — e a vida continua em constante mudança. A vida não tem obrigação nenhuma de confirmar suas conclusões. É por isso que ela é tão confusa — confusa para a pessoa instruída.

A pessoa já tem todas as respostas prontas, o Bhagavad Gita, o Alcorão, a Bíblia, os Vedas. Já se abarrotou de tudo isso, sabe todas as respostas. Mas a vida nunca levanta as mesmas questões; por isso a pessoa instruída nunca acerta o alvo.

Osho, em "Consciência: A Chave Para Viver em Equilíbrio"

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sábado, 9 de julho de 2011

Sentimentos sobre a Experiência Osho - Por Swami Prem Anugrah

Em agosto completo 55 anos nesta encarnação e demorei um pouco para fazer este depoimento. Estive em Puna para fazê-lo pessoalmente mas houve um acidente e tive que mudar o rumo. Nasci em 1956 no 31 de agosto. No leito de morte em 1954 em São Paulo fiz um acordo comigo mesmo que mudaria o rumo do meu destino porque em todas as encarnações havia me envolvido em política, lutando, brigando...

Naci no Mato Grosso numa área rural numa família de camponeses simples. Estudei em Cuiabá e vivi ai até os 17 anos quando mudei para o Rio de Janeiro, cidade grande e na época pegando fogo por causa da política. A casa onde fui morar era uma república de estudante e o Brasil em plena ditadura militar. Caí de novo naquilo que não queria, a política.

Com 18 anos uma pessoa veio a mim e disse: pare com tudo isso e leia este livro: A Divina Melodia de Osho . Recusei a leitura e continuei no velho caminho da escuridão. Quase preso, quase morto pela policia, e fui assim até um dia chegar a conclusão que tinha que sair daquele lugar.

Voltei para a minha terra natal e fiquei 2 anos e meio, mas a vida continuava do mesmo jeito político de ser, envolvido no velho modo de viver. Um dia resolvi sair da minha cidade e voltar uma cidade grande, mas não voltar o Rio de Janeiro, voltei então para São Paulo. Quando cheguei na cidade fui morar numa pensão e conheci uma pessoa que trabalhava num restaurante chamado America. Numa sexta-feira essa pessoa disse umas verdades: você é um idiota e tudo que sabe é lixo. Tive vontade de voar em seu pescoço e matá-la, mas ele completou, você precisa ler este livro.

Era o mesmo de anos atrás, A Divina Melodia de Osho. Entrei no quarto e li o livro ali sozinho, sentado na cama meditei pela primeira vez na vida. Muitas lágrimas vieram. Dormi, outro dia era sábado, acordei e quando subia a escada da casa pareceu que houve um estrondo no meio da cabeça, mas quando saí na rua era um dia iluminado pelo sol, tudo parecia tão iluminado como nunca tinha visto. Fiquei em êxtase vários dias mas ao mesmo tempo com muito medo porque não podia chegar perto de qualquer pessoa, parecia que tudo ia cair. Parecia que todas as estrelas e o céu inteiro estavam dentro de mim.

Como não tinha noção alguma do que era iluminação veio o medo. Sai para uma praça onde tinha uma árvore, uma figueira e ficava que nem um Buda sentado em silêncio, em paz. Ai comecei a procurar respostas para tudo que estava acontecendo. Comecei a comprar todos os livros do Osho e lia tudo meditando todos os dias. Andei por vários grupos de meditação do Osho e dos budistas, e lendo e meditando fui compreendendo melhor O livro que amei do Osho e houve uma grande abertura na mente porque li todos os livros que ele cita lá e que estão traduzidos em português. Tive acesso a Kabbir, um grande poeta que me fez chorar muito. Rumi em Poemas Místicos demais. Aí minha vida mudou completamente. Abandonei aquela velha forma de ver as coisas. Abandonei a política definitivamente.

Pedi sannyas à Comuna e recebi Swami Prem Anugrah ( O senhor do amor da Gratidão), e agradeço ao meu amado mestre Osho por ter me guiado no caminho da iluminação. Caminho na solitude hoje em paz.

Escrevo este depoimento para ajudar a todos que buscam a iluminação que ela é possível a qualquer um.

Obrigado.
Swami Prem Anugrah (Antonio Roque da Silva)
São Paulo - Brasil

Osho Festival Internacional no Brasil

Nossa jornada na India tem sido intensa, profunda, nos jogando o tempo todo em inúmeras experiências as quais com carinho iremos levar para o Osho Festival Internacional que acontecerá no Brasil, Chapada dos Veadeiros, em setembro. Imagine: Meditação, Natureza, Música, Silêncio, Dança, Expressão, Workshops, Lazer, Oficinas; E tudo isso em um único lugar e especialmente para você.

Venha conosco.

Inscrições e informações em: info@oshobrasil.com

Por que as pessoas ficam com raiva de você? Osho

Elas não ficam com raiva de você, na verdade elas têm medo de você. E para esconder esse medo elas projetam a raiva.

A raiva sempre é uma tentativa de esconder o medo. As pessoas usam todo tipo de estratégia. Existem pessoas que riem só para que possam conter as lágrimas. Quando ri, você esquece, elas esquecem... e as lágrimas são contidas.

Na raiva, o medo permanece oculto.

Eu estou simplesmente ajudando você a se abrir em todas as dimensões, mesmo que elas pareçam ir contra as ideias que você acalentou até hoje. Mesmo assim, na verdade até mais, você se abrirá, porque essa é a chance, a oportunidade, para julgar se o que você pensou até hoje está certo ou não.

Essa é uma oportunidade de ouro em que você se deparará com algo contrário às suas ideias, aos seus pensamentos, coisas que até hoje achou que eram racionais. Mas, se elas são de fato racionais, então que medo é esse?

É o medo que mantém as pessoas fechadas. Elas não conseguem ouvir você — elas têm medo de ouvir. E a raiva delas é, na verdade, o medo ao contrário.

Só uma pessoa com muito medo pode ficar imediatamente zangada. Se ela não ficar com raiva, você poderá ver o medo dela. A raiva encobre o medo. Ao ficar com raiva, ela está querendo deixar você com medo: antes que você forme qualquer ideia sobre o medo dela, ela está tentando deixar você com medo.

O único jeito é deixar você com medo; aí ela fica à vontade. Você fica com medo e ela não — e não há por que ficar com medo de um homem que está com medo.

A raiva das pessoas é uma tentativa de enganar a si próprias. Não tem nada a ver com você.

Mas a raiva mostra simplesmente o medo, lembre-se sempre: a raiva é o medo de ponta-cabeça. É sempre o medo que está escondido atrás da raiva; o medo é o outro lado da raiva.

Sempre que você fica com medo, o único jeito de escondê-lo é ficar com raiva, pois o medo deixará você exposto. A raiva criará uma cortina à sua volta, atrás da qual você pode se esconder. 

Osho, em "Emoções - Liberte-se da Raiva, do Ciúme, da Inveja e do Medo"

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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Em busca de um fantasma - Osho

Perguntaram a Osho:
Sei que não sou meu corpo, mas ainda assim quero amar e ser amada. O amor espiritual é possível neste mundo apodrecido?
Este mundo não está apodrecido. Este mundo está repleto da existência, ou, nas palavras de Buda, repleto de nada, o que dá no mesmo. Se alguma coisa está apodrecida, é a sua mente. E, sim, é muito difícil encontrar amor com uma mente apodrecida.

E nunca pense em termos de amor espiritual e material — amor é simplesmente amor, ele não é nem material nem espiritual. Como o amor pode ser material ou espiritual? Amor é simplesmente amor. Amor significa a alegria de compartilhar sua vida com alguém.

Sim, seu corpo e seu ser podem ser compartilhados, mas compartilhar é amor, não o que você compartilha. Compartilhar é amor; assim, todo amor é simplesmente amor.

Porém, posso perceber que o problema deve estar vindo de sua educação: Sei que não sou meu corpo... Quem lhe disse isso? Você é mais seu corpo do que sua mente. Você é mais seu corpo do que seu suposto eu. É isso o que Ikku está dizendo: que o eu é uma entidade falsa, apodrecida.

E a mente é apenas um fenômeno condicionado pela sociedade. Seu corpo é mais verdadeiro do que sua mente e seu eu; seu corpo pertence à existência.

Entretanto, você deve estar contaminada pelos sacerdotes, que dizem que você não é o corpo. Eles criaram uma dicotomia em todo mundo, que "Você é a alma, e como uma alma pode se rebaixar tanto a ponto de amar um corpo?" E por aqui você não encontrará fantasmas, mas pessoas que vivem em seus corpos, que são seus corpos.

É por isso que você não pode encontrar alguém para amar e ser amada — você está em busca de um fantasma. E se você realmente deparar com um fantasma não acho que você gostará dele. Mas você está ansiando por isso.

Foi-lhe dito para condenar seu corpo, e se você condená-lo e não gostar dele você acha que alguém vai gostar dele? Se mesmo você não gosta dele, quem vai gostar? Ao gostar de seu corpo e amá-lo, você cria uma situação na qual uma outra pessoa pode também amar o seu corpo. Mas você cria esse ambiente, esse clima.

Um homem ou uma mulher que odeia seu próprio corpo... e é assim que todos vocês, no fundo, odeiam, pois desde o princípio lhes disseram para odiar o corpo — o corpo é algo feio, não-espiritual. Foi-lhes ensinado que o corpo é o inimigo.

O corpo é o templo da existência, e neste corpo vive aquele nada do qual Buda falou, vive aquela semente da iluminação que eu insisto em falar. Este corpo contém sua maior satisfação, contém a existência. Não o condene, do contrário será impossível.

Osho, em "Vá Com Calma — Discursos Sobre o Zen-Budismo"

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