O homem é um período de transição . O homem não é um ser, mas um devir - a caminho. O passado é deixado para trás e o futuro ainda não é alcançado. Daí a agonia , a angústia: O Homem é dilacerado. O passado puxa -o de volta. Para ser um animal de novo parece ser agradável, e é, porque ele não tem a agonia do homem e a angústia e a ansiedade do homem.
Se você observar os animais você vai se sentir ciúmes. Walt Whitman escreveu exatamente em seus diários que: "Sempre que vejo animais, eu sinto ciúmes. Temos perdido alguma coisa. "Nós não perdemos muito, mas a paz, a calma, o autocontrole do animal está perdido. O animal está feliz porque ele não tem conhecimento - não sabe da morte, sem saber dos problemas da vida. O animal está feliz porque não há consciência. Consciência primeiro traz dor, porque de repente você se torna consciente de mil e um problemas de frente para você. Você tem que encará-los, você tem que resolvê-los ou dissolvê-los. Toda paz desaparece.
Mas a consciência humana ainda vale a pena. E eu não concordo com Walt Whitman, eu concordo com Sócrates que diz: "Eu prefiro ser um Sócrates insatisfeito em vez de um porco satisfeito." A declaração de Sócrates é de imenso valor. Isso tem que ser entendido por todos que buscam, porque a meta está à frente, não há como voltar atrás. O porco pode parecer contente - porque ele não tem conhecimento, por isso, ele está contente. Mas para saber o descontentamento é preciso consciência.
Há algo em frente, algo mais tem que acontecer. Algo aconteceu , mas apenas parcialmente. Olhe para trás e você encontrar o porco satisfeito ; olhar para frente, e você vê Budas contente. Você pode se tornar um Buda ! Um Buda significa aquele que está consciente e contente. O porco é aquele que está inconsciente e contente. E o homem está apenas entre os dois: um pouco consciente, apenas um pouco. O suficiente para ter consciência da dor da vida, da miséria e do sofrimento consciente, mas não consciente o suficiente para estar ciente dos êxtases que a vida nos proporciona.
Basta um pouco de consciência é suficiente para estar ciente da dor. Mas muito mais consciência é necessária, muito mais consciência é necessária, para estar ciente dos espaços mais profundos de seu reino interior. O homem está em uma espécie de embriaguez: acordado e ainda não acordou. O homem vê um pouco, e ainda assim tudo parece estar escuro, apenas sombras em movimento no escuro são sentidos . Mas nada é absolutamente claro , não há clareza, sem transparência , sem luz .
Este é o estado do homem. E nós não podemos voltar atrás , porque não há possibilidade de voltar atrás. Homem se esforça para voltar - por meio do sexo , através de alimentos , através do álcool , através de drogas - o homem tenta de alguma forma para afogar este pouco de consciência que surgiu nele . Mas ele volta de novo e de novo, porque tudo o que tem sido aprendidas foi aprendido para sempre - ele não pode ser desaprendido .
Isso já aconteceu em seu ser. Agora não há nenhuma maneira de descartá-lo. Você tem que viver com ela. A única possibilidade é seguir em frente , a crescer mais em consciência : se trouxe dor , então vá fundo na dor, mas tornam-se cada vez mais conscientes . Use a dor como um objeto de consciência, como um objeto de meditação.
Você está triste - estar ciente . Deixe a tristeza se tornar a sua meditação. Você está com raiva - estar ciente . Você está em amor - estar ciente . Use todas as possibilidades, todas as oportunidades para ser mais e mais conscientes . Pouco a pouco , o ritmo reúne , e um dia algo explode em você. Essa explosão é conhecido no Oriente como o florescimento do lótus de mil pétalas - Kabir vai falar sobre este lótus nestes sutras . E Kabir está falando sobre você , primeiro algumas metáforas têm de ser compreendidas .
O cisne é uma das metáforas mais usadas pelos místicos orientais. O cisne vive além do Himalaia, sua casa está para além do Himalaia, no Lago Mansarovar . O Lago Mansarovar é o lago mais puro do mundo - muito raramente um ser humano chegar lá - não contaminada , não poluído , rodeado pela beleza do Himalaia, picos virgens . O cisne nasce lá, vive lá, mas quando se torna muito frio o cisne tem que vir para este lado do Himalaia, até as planícies . E às vezes isso acontece: um cisne esquece o caminho para voltar. E às vezes isso acontece: um cisne simplesmente se esquece de que ele tem uma casa em algum lugar , começa a viver ao lado de rios , lagoas sujas sujas , lugares lamacentos.
Assim, o cisne se tornou uma metáfora extremamente potente para o homem. O homem vem das alturas divinas, da dimensão dos deuses, mas se esqueceu de onde ele vem , quem ele é. O homem vem das alturas divinas, desde o mais santo dos santos, e passa a viver ao lado de rios , piscinas sujas de lama de água. Claro, ele não pode estar contente aqui, mas ele não conhece nenhum outro lugar para ir. Ele é perdida . Este mundo parece ser o único mundo .
Osho, " The Fish
In The Ocean is Not Thirsty "
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